Apuração
São Paulo conhece hoje a campeã do Carnaval 2025
Homenagens ao compositor Benito di Paula e ao escritor Guimarães Rosa foram destaques nos desfiles do Grupo Especial

A apuração dos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo será realizada às 16h de hoje (4), no Sambódromo do Anhembi, com transmissão da TV Globo e do Globoplay. A leitura das notas das 14 escolas que desfilaram na sexta e no sábado será feita, pelo segundo ano consecutivo, pela radialista Eloise Matos.
Os jurados atribuíram notas de 8,0 a 10, graduadas em décimos, para nove quesitos dos desfiles do Carnaval paulistano. São eles: bateria; harmonia; evolução; samba-enredo; mestre-sala e porta-bandeira; comissão de frente; alegoria; enredo e fantasia.
Cada quesito é avaliado por quatro jurados, sendo que a menor nota para cada escola é descartada _ essas notas só são consideradas como critério de desempate. Vence a agremiação que atingir a maior pontuação. Em 2024, a Mocidade Alegre atingiu a pontuação máxima (270 pontos) e foi a campeã.
O desfile das campeãs será realizado no sábado, dia 8, a partir das 20h. Participam as cinco primeiras colocadas do Grupo Especial, a campeã e a vice-campeã do Grupo de Acesso II, e a campeã e a vice do Grupo de Acesso.
Desfiles
Com a abertura do tradicional Afoxé Filhos da Coroa de Dadá, a noite começou com a Águia de Ouro, com uma bonita celebração ao cantor e compositor Benito di Paula. Com um roteiro inspirado em um de seus maiores sucessos, “Retalhos de cetim”, a escola da Pompeia, teve o cantor Xande de Pilates como intérprete do samba.
A estátua do personagem das histórias em quadrinhos Charles Brown, na referência a outro sucesso do cantor, Meu amigo Charlie Brown, chamou a atenção do público.
A Império de Casa Verde veio na sequência do desfile. A escola, com o enredo Cantando Contos. Reinos da Literatura, apresentou a bateria toda fantasiada com o vilão Coringa, do super herói Batman. Também registrou sua passagem com Harry Potter na comissão de frente, além de Peter Pan, Cinderela e Branca de Neves nas alas.
Personagens de João Guimarães, como Riobaldo e Diadorim, de Grande Sertão: Veredas, e de Monteiro Lobato, com o Sítio do Picapau Amarelo, foram outros pontos de destaque da agremiação do bairro da zona norte de São Paulo.
Mocidade
A Mocidade Alegre foi uma das escolas que mais animaram o público da arquibancada do Sambódromo. Com o tema “Quem não pode com mandinga não carrega patuá”, a escola celebrou a fé em suas várias vertentes. Um dos carros alegóricos da agremiação apresentou problemas e chegou a ser empurrado pelos integrantes, mas não comprometeu o desfile.
A cultura religiosa de origem afro foi o condutor do desfile da Gaviões da Fiel. A escola dos carnavalescos Rayner Pereira e Júlio Poloni trouxe o enredo “Irin Ajó Emi Ojisé”, ou “A viagem do espírito mensageiro” com celebrações à ancestralidade dos povos africanos. A apresentadora de televisão Sabrina Satto, com uma fantasia bastante ousada, se apresentou mais uma vez como rainha da bateria da escola.
A cultura indígena esteve no centro do desfile da Acadêmicos do Tucuruvi. A homenagem e mote da agremiação foi o manto tupinambá, que estava em poder da Dinamarca e, recentemente, foi devolvida ao Brasil.
A população LGBT, com o enredo “Muito além do Arco-Íris ‘Tire o preconceito do caminho que nós vamos passar com amor”, foi o tema da Estrela do Terceiro Milênio. O carnavalesco Murilo Lobo abusou das referências ao universo LGBT, que teve o cantor Edson Cordeiro na avenida, e a drag queen Silvetty Montilla.
Vai-Vai
A Vai-Vai, maior colecionadora de título do carnaval paulistano, fechou o desfile de ontem com uma homenagem ao dramaturgo Zé Celso Martinez Corrêa, que morreu em 2023. A escola contou com a presença da apresentadora de televisão Luciana Gimenez como madrinha da bateria.
A tradicional escola fica no Bixiga, mesmo bairro do icônico Teatro Oficina, onde Zé Celso encenou suas peças. A agremiação foi uma das que mais empolgaram o público do Sambódromo. (Da Redação, com informações da Agência Brasil)