Luto
Morre Roberta Flack, ‘a voz do soul e do rythm and blues’, aos 88 anos
Flack também foi uma das porta-estandartes do movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos

Roberta Flack, a grande cantora do soul da década de 1970, conhecida por sua versão de “Killing Me Softly With His Song” e vencedora de vários Grammy, morreu ontem aos 88 anos, anunciaram seus representantes nesta segunda-feira (24).
“Faleceu em paz, rodeada de sua família”, indicou sua agente Elaine Schock em um comunicado, sem citar a causa de sua morte.
A estrela do pop, soul e rythm and blues (R&B) foi uma das vozes mais populares da década de 1970, mas nos últimos anos perdeu a capacidade de cantar devido à esclerose lateral amiotrófica (ELA), que afeta o sistema nervoso, sendo diagnosticada com a doença em 2022.
Seu primeiro sucesso, “The First Time Ever I Saw Your Face”, venceu o Grammy de Gravação do Ano em 1972 e, no ano seguinte, repetiu o feito com “Killing Me Softly With His Song”. O hit voltou a fazer sucesso em 1996, quando foi regravado pelo grupo de hip hop Fugees e a vocalista Lauryn Hill.
Flack produziu clássicos do “rhythm and blues” com uma voz particularmente doce. Seu estilo ajudou a popularizar a “quiet storm”, uma tendência de músicas lentas e sensuais que influenciou o R&B entre 1980 e 1990.
Nascida no leste da Carolina do Norte em 1937, Flack foi criada em Arlington, Virgínia, em uma família grande e amante do gospel. Ela estudou piano na juventude, o que lhe rendeu uma bolsa de estudos na Howard University aos 15 anos.
“Meu pai encontrou um piano velho e fedorento em um ferro-velho, restaurou-o para mim e o pintou de verde. Foi meu primeiro piano e o instrumento em que encontrei minha expressão e inspiração quando jovem”, contou ela em uma entrevista à Forbes em 2021.
Roberta também se apresentou em clubes de Washington, onde foi descoberta pelo jazzista Les McCann. Aos 32 anos, ela assinou um contrato com a Atlantic Records.
Próxima da ativista Angela Davis e do reverendo Jesse Jackson, Flack também foi uma das porta-estandartes do movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos.
“Aprendi, muito depois de sair de minha cidade natal, que ser negro era algo positivo... como todos nós, o mais positivo possível”, afirmou. “Fiz muitas canções que foram consideradas canções de protesto, muitas músicas folk, mas protestei como cantora com muito amor”, afirmou. (Da Redação, com informações da Agência France-Presse)