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Palco da vida

Pioneira do teatro sorocabano, Elvira Gentil morre aos 94 anos deixando amplo legado

Atriz trabalhou no teatro e na TV, em novelas e peças diversas, atuando nos palcos e na direção

16 de Janeiro de 2025 às 21:00
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Elvira (última à direita), ao lado de Armado Bogus e Aracy Balabanian, na peça
Elvira (última à direita), ao lado de Armado Bogus e Aracy Balabanian, na peça "Marat-Sade"... (Crédito: DIVULGAÇÃO)

 

Natural de Votorantim, Elvira Gentil nasceu em 13 de setembro de 1930. Atriz, diretora, professora de teatro e também diretora cênica de óperas, formada pela Faculdade Paulista de Artes e pós-graduada no Curso de Especialização de Estéticas Contemporâneas, no Mackenzie, cursou a Escola de Arte Dramática (EAD), foi aluna de Eugênio Kusnet, com quem estudou o método Stanislavsky e estagiou no H.B. Stúdio de Arte Dramática, em Nova Yotk.

Elvira também ministrou diversas oficinas, entre elas “Preparação do Ator”, tendo como base o método de Stanislavsky , no Instituto Vila Leão/Sorocaba; “Projeto Diversidade Teatral” (Oficina Cultural “Amácio Mazzaropi”/São Paulo). Foi curadora dos Festivais Ibero Americano de 2009 a 2015, que acontece anualmente no Memorial da América Latina, em São Paulo, onde também montou o show de música popular e MPB “No Tom do Luar”, de Waldomiro Lima e “Presépio de Natal”.

Na vizinha cidade de Itu encenou os espetáculos “Ifigênia em Áulis”, de Eurípedes, “Quarta-feira sem falta, Lá em Casa”, de Mário Brasini, e “Aves Exóticas Voam Para Vazabarris”, de Décio Gentil e Adir de Lima.

Em 2004 dirigiu o musical “Bidú Sayão Uma Homenagem”, de Décio Gentil e Adir de Lima, apresentado no Teatro São Pedro, em São Paulo. Um ano depois, o mesmo espetáculo participou do “Festival Fazer a Festa”, na cidade do Porto, em Portugal. Dirigiu “Revisão de Prova”, de Décio Gentil, encenada no Teatro Sérgio Cardoso, no ano de 2007.

Produziu e dirigiu o musical “Quem Vem para a Beira do Mar”, de Oswaldo Faustino, com músicas de Dorival Caymmi, no Espaço Tattersal, no Parque da Água Branca, em 2014. Neste mesmo espaço e no mesmo ano, concebeu, dirigiu e produziu com o grupo de teatro “Vida e Arte”, a peça “Ah! Humanidade!”, com apoio do Fundo de Solidariedade do Estado de São Paulo e Espaço de Convivência do Idoso.

TV

Como atriz em televisão, atuou em diversos programas da TV Cultura, entre eles, o teleteatro “Napoleão e Elvira ou A Triste História de Uma Pecadora”, de Joaquim Batista de Sena, “Baby Devil” e “O Livro da Bruxa Évora”, dirigidos por Ademar Guerra, na década de 1970; e em diversos programas do “Cabaret Literário”, na década de 1980. Em 1984, atuou na telenovela “Meus Filhos, Minha Vida”, do SBT. Como atriz em teatro, integrou o elenco de “Marat-Sade”, de Peter Weiss, dirigida por Ademar Guerra e apresentada no Teatro Bela Vista, em São Paulo, no ano de 1967, ao lado de Armando Bogus e Aracy Balabanian, entre outros.

Participou de uma série de audiodramas produzidos pela Cia. das Artes Dramáticas (CAD). Julio Carrara - também ator e diretor e primo da atriz, atualmente residindo em Sorocaba - escreveu alguns episódios especialmente para ela, entre eles: “Mensageira da Morte”, “O Ladrão de Diamantes” e “Maria Boba”.

Em 2023, o canal CAD Quarentena, também coordenado por Julio Carrara, produziu 27 programas em homenagem ao aniversário de 93 anos de Elvira. Os programas podem ser conferidos no canal: https://youtube.com/CADQuarentena.

Em Sorocaba

Em março de 2024, aos 94 anos, Elvira dirigiu o espetáculo “Bereca, a Intrometida”. No mês de julho foi homenageada na “1ª Mostra Elvira Gentil de Monólogos”, e em setembro dirigiu três monólogos: “O Segredo”, com Oswaldo Faustino, “Lelé e Popó”, com Marta Vieira e “Antes do Café”, com Gabriela Rabelo, todos os eventos aconteceram no Teatro de Bolso Tatiana Belinky, em Sorocaba. Elvira se preparava para voltar à cena como atriz no monólogo “A Vizinha”, de Regina Helena de Paiva Ramos, com direção de Julio Carrara; e como diretora em “As Soberanas”, escrito por Décio Gentil para o Yara Produções da cidade de Itu.

Elvira Gentil estava internada há 50 dias em São Paulo, em decorrência de uma cirurgia no fêmur. No entanto, sua mente continuava ativa o tempo todo, de acordo com seu primo Julio Carrara. Segundo Décio Gentil, filho de Elvira, “no último domingo, no quarto do hospital, quis reavaliar a trilha sonora da peça ‘As Soberanas’, idealizada por ela”. Faleceu na madrugada da última terça-feira (14), em São Paulo, e foi cremada no cemitério Horto da Paz, em Itapecirica da Serra/SP. (Da Redação, com informações de Julio Carrara)

 

 

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