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Em Sorocaba

Krenak e Lia de Itamaracá estarão no Mátria Amada

Festival será em 7 de setembro e ainda terá apresentações musicais e espetáculo teatral

31 de Agosto de 2024 às 22:16
Cruzeiro do Sul [email protected]
Lia de Itamaracá apresentará o show
Lia de Itamaracá apresentará o show "Cirandas do Mundo" (Crédito: DIVULGAÇÃO)

Ailton Krenak, recém-eleito imortal da Academia Brasileira de Letras, e a rainha da ciranda Lia de Itamaracá, estarão em Sorocaba no próximo sábado (7). Eles participarão do Festival Mátria Amada 2024, realizado pelo Grupo Manuí, e que acontecerá na Usina Cultural Facens, a partir das 16h. O festival, que surgiu em 2019, ainda terá shows musicais e um espetáculo teatral que será apresentado no dia 20, em Votorantim. As atividades são gratuitas.

Nesta edição, segundo os organizadores do evento, o objetivo é aprofundar as reflexões a respeito da decolonialidade e da relação de comunidades tradicionais indígenas e afro-brasileiras com os diversos biomas do Brasil. Como afirma Tatiana Zalla, outro ponto do festival é valorizar produções artísticas que se inspiram em questões ambientais.

No próximo sábado, abrindo os trabalhos do dia, se apresentarão às 16h, Toninho Carrasqueira e Quinteto da Paraíba. Logo após, às 16h30, o escritor Ailton Krenak será homenageado e participa de uma roda de conversa mediada por Tatiana Zalla. Autor de diversos livros, ele é considerado um dos pensadores brasileiros mais importantes da atualidade, por difundir e defender os saberes e a sabedoria cultural de seu povo de origem e outras cosmovisões indígenas brasileiras. Krenak é o primeiro escritor indígena a se transformar um imortal ocupando uma cadeira na Academia Brasileira de Letras.

Aos 70 anos, Krenak nasceu em Minas Gerais, na região do Médio Rio Doce. Ele ganhou notoriedade ao participar da Assembleia Nacional Constituinte, em 1988. Na ocasião, discursou na tribuna, pintou o rosto com tinta preta de jenipapo para protestar contra o que considerava um retrocesso na luta pelos direitos dos povos indígenas brasileiros.

Outro destaque na programação é o show “Cirandas do Mundo”, com Lia de Itamaracá e banda. A artista, que completa 80 anos agora em 2024, exalta a cultura e os cuidados com a mãe Terra. A apresentação começa às 18h30.

Na programação do evento ainda tem o lançamento do álbum Luz Dourada, com Leandro Manuí e Juraildes da Cruz, às 17h30; Folia para os Mestres às 19h30; às 20h, Ana Maria Carvalho e banda e, encerrando as atividades, às 21h, Banda Mátria Amada. A Usina Cultural Facens fica na Rua Padre Madureira, 671, na margem direita do Rio Sorocaba. Não é necessária a retirada de ingressos.

Teatro em Votorantim

Além dos eventos musicais que vão acontecer no próximo dia 7, em Sorocaba, o festival realizará, no dia 20, apresentações do espetáculo teatral “Nhanderuvuçu — Mito Guarani” do Grupo Manuí, em Votorantim. Serão duas apresentações gratuitas no Teatro Municipal de Votorantim, a primeira dirigida a alunos de escolas públicas e projetos sociais e a segunda, às 20h, para o público em geral. A retirada de ingressos ocorrerá uma hora antes do espetáculo.

O espetáculo conta um dos mitos Guaranis da criação do mundo, inspirado no livro “Menino Trovão” do escritor indígena Kaká Werá. O cenário e a luz terão a concepção e operação de Melissa Branco. O espetáculo conta também com trilha sonora de Leandro Manuí, que também atua como músico, e vídeos cenários concebidos por José Sampaio e Ricardo Camargo e operados em cena por Mauricio Matos Caetano.

O evento

O movimento “Mátria Amada” surgiu da união de artistas e ambientalistas da região de Sorocaba/SP para realizar intervenções artísticas durante o desfile de 7 de setembro de 2019.

Durante a pandemia o projeto ganhou o formato de Festival Online promovendo 5 encontros com a participação de artistas importantes no cenário cultural brasileiro como Alceu Valença, Marlui Miranda, Juraildes da Cruz, Ivan Vilela, Magda Pucci, Toninho Carrasqueira, Regina Machado, Tião Carvalho, Levi Ramiro, Alzira E, Ana Maria Carvalho, além de dezenas de grupos culturais e artistas do Brasil e de Portugal; estudantes e lideranças indígenas como Cristine Takua, Carlos Papá, Cristino Wapichana, Kaká Werá, além de quilombolas e ambientalistas.

O “Festival Matria Amada” é um projeto apoiado pelo Governo do Estado de São Paulo, a Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, o Governo Federal, o Ministério da Cultura e a Lei Paulo Gustavo. (Da Redação)

 

 

 

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