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No museu

‘Veredas’ reflete a natureza diversificada e dinâmica da arte contemporânea brasileira

Com cerca de 20 obras, entre pinturas, instalações e três esculturas, exposição abre no sábado (6) e segue até 6 de outubro

02 de Julho de 2024 às 22:28
Cruzeiro do Sul [email protected]
Senk esclarece o que escreveu Guimarães Rosa:
Senk esclarece o que escreveu Guimarães Rosa: "O sertão tem o tamanho do mundo. Mas em certos lugares, à beira dos caminhos, crescem buritis" (Crédito: DIVULGAÇÃO)

A exposição “Veredas” oferece ao público uma visão da arte contemporânea brasileira. A abertura está programada para abrir no sábado (6) de julho, às 11h, com cerimônia especial e prolonga-se até 6 de outubro, no FAMA Museu, em Itu.

Com cerca de 20 obras, entre pinturas, instalações e três esculturas, a DAN Galeria Sala São Pedro apresenta a mostra do artista Senk. A curadoria é de Carolina Splendore e reflete a natureza diversificada e dinâmica da arte. Ao longo da mostra, visitas guiadas para os visitantes vão permitir a interação com o processo criativo do artista. De acordo com Splendore “Nas obras de Senk, o terreno é fértil, mesmo que árido. Ele nos convida para seus caminhos: áreas úmidas e alongadas do sertão que, assim como seus personagens, são cheias de vida. Suas figuras arredondadas carregam o tempo, seja nos colares-relicário, nos porta-retratos ou nas garrafas de cachaça quase vazias; o tempo é um traço de memória e um precursor de um devir constante”, explica.

As vistas oblíquas, por vezes fechadas para o exterior, são, na sua maioria, intercaladas por janelas com treliças de finas barras de madeira que formam vãos, impedindo quem está de fora de ver quem está dentro. É como se seus personagens pudessem ver sem serem vistos, mesmo que aqui exibidos. Nesses caminhos, Senk esclarece o que escreveu Guimarães Rosa: “O sertão tem o tamanho do mundo. Mas em certos lugares, à beira dos caminhos, crescem buritis”.

Sobre o artista

Fabiano Senk é um pintor figurativo urbano radicado em São Paulo, que utiliza paleta de cores sonhadoras de azuis, amarelos e rosas, cria obras de rua e pinturas em tela. Seu processo criativo está profundamente enraizado nas suas observações da vida cotidiana e suas memórias afetivas de um Brasil profundo, sua família é oriunda do Vale do Jequitinhonha. As pinturas muitas vezes irrompem em paisagens misturadas com figuras, contando a história de onde veio, das pessoas que conheceu e da pessoa que costumava ser. Embora se aprofunde em emoções mais complexas em seu trabalho, ele afirma que muitas vezes incorpora o sentimento de melancolia, mas que “é diferente da tristeza porque é mais bonito”. As obras que divulga pelas ruas de São Paulo tendem a ter conotações políticas, pois tenta ampliar as perspectivas das pessoas de sua comunidade. Os murais de rua muitas vezes se relacionam com uma crítica política e social. “A provocação presente na minha arte vem de uma indignação com alguns aspectos da sociedade. Temos muito a melhorar como cidade, como sociedade e como país. Pequenas provocações fazem um papel positivo na arte. O questionamento tem que estar ali”, afirma Senk.

Curadoria

Carolina Splendore é curadora de artes visuais e produtora audiovisual. Estudou filosofia [FFLCH /USP] e artes cênicas [Escola Livre de Teatro (ELT)]. Atuou em diversos espetáculos de teatro e curtas-metragens: três longas-metragens, duas séries de televisão e uma novela. Integrou o elenco de apresentações nacionais e internacionais e dirigiu espetáculos de teatro e dança. Como curadora de artes visuais.

 

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