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Nostalgia

Mostra faz homenagem ao cinema analógico, no Sesc

Mês terá exibição gratuita de filmes em película em 16 mm e bate-papo com especialistas na sétima arte

01 de Abril de 2024 às 22:59
Cruzeiro do Sul [email protected]
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A mostra “Nostalgia Cinematográfica - Uma Experiência em 16mm” começa hoje (2), às 19h, e segue até 30 de abril no Sesc Sorocaba. A iniciativa, que é uma celebração ao cinema analógico, terá seis sessões ao longo do mês. O objetivo é oferecer aos espectadores a oportunidade de vivenciar a magia do cinema de película.

A atividade acontecerá às terças-feiras de abril (2, 9, 16, 23 e 30) e no domingo (7). A entrada é gratuita. Cada sessão contará com apresentações e roda de conversa sobre o filme. O filme escolhido para hoje (2) é “O Morro dos Ventos Uivantes”.

Durante as sessões, o suave e contínuo som do projetor analógico, localizado ao fundo do ambiente do teatro, será ouvido. Este som característico é resultado da rápida troca de quadros do filme, a uma taxa de 24 quadros por segundo, criando a ilusão de movimento que define o cinema.

“Décadas atrás, esse formato de exibição era amplamente utilizado nas salas de cinema, mas agora está praticamente extinto”, afirma Gilcemar Borges, técnico de programação cultural do Sesc. Para assistir às sessões, é necessário retirar o ingresso gratuitamente com 1 hora de antecedência.

O texto de apresentação do projeto afirma que “esta será uma experiência singular para os habitantes de Sorocaba que desejam apreciar a autenticidade visual dos filmes em película”. Atualmente, as salas de cinema em todo o mundo são predominantemente digitais, seguindo um paradigma tecnológico diferente do utilizado desde os primórdios do cinema, no final do século 19 até a primeira década do século 20, caracterizado pelo uso de películas cinematográficas.

O curador da mostra e historiador, Alex Zen, destaca que “o processo de digitalização do cinema, embora relativamente recente do ponto de vista histórico, enfrentou desafios para desenvolver uma tecnologia que oferecesse qualidade de imagem digital comparável à película, a um custo acessível para a indústria do entretenimento”.

Portanto, a película de cinema não é um formato “inferior” aos vídeos digitais, mas sim uma tecnologia com características próprias, cuja identidade única pode ser apreciada na mostra.

A curadoria procurou compor um panorama diversificado em termos de nacionalidades, gêneros e períodos temporais. Todas as cópias em 16mm, provenientes do acervo da produtora e distribuidora Cine 16, foram selecionadas com base em sua qualidade, com cores inteiramente preservadas nas cópias coloridas.

Os filmes

A mostra será inaugurada com a exibição do clássico atemporal de 1939, “O Morro dos Ventos Uivantes”, estrelado pelo aclamado Laurence Olivier, adaptado da obra de Emily Brontë. A programação inclui ainda uma seleção especial de curtas de animação raros da Disney, como “Pedro e o Lobo” e “O Aprendiz de Feiticeiro”, além de homenagens à comédia nacional com “O Camelô da Rua Larga” e raridades como “Mazurka” e “O Refúgio de Emma”, inéditos em plataformas domésticas no Brasil.

O encerramento será marcado pela exibição do cult “A Mãe” do cineasta russo V. Pudovkin, acompanhado de música ao vivo pelo Cinepiano Tony Berchmans. A ideia é oferecer uma experiência audiovisual aos espectadores ao improvisar trilhas sonoras ao vivo para os filmes exibidos. A técnica representa uma nova forma de apreciar obras cinematográficas antigas.

Bate-papo

Cada sessão contará com uma apresentação prévia e, após as exibições, haverá bate-papos com o público, conduzidos pelo professor de cinema, crítico e cineasta Paolo Gregori e pela crítica e doutora em Antropologia Isabel Wittmann.

Paolo Gregori introduzirá o público nas sessões de “O Morro dos Ventos Uivantes” e “O Camelô da Rua Larga”, enquanto Isabel Wittmann coordenará as reflexões pós-sessões de “Mazurka” e “O Refúgio de Emma”.

Filme 16mm

Em 2024, o formato de filme 16mm completa 101 anos. Lançado pela Kodak em janeiro de 1923 como uma alternativa mais acessível ao 35mm, o 16mm tornou-se revolucionário nas décadas seguintes devido à sua portabilidade e baixo custo, permitindo a exibição de filmes em espaços alternativos e democratizando o acesso aos equipamentos cinematográficos. (Da Redação)

SERVIÇO

Mostra: “Nostalgia Cinematográfica - Uma Experiência em 16mm”
Data: 2 a 30 de abril de 2024
Local: Teatro do SESC Sorocaba/SP
Endereço: rua Barão de Piratininga, 555 - Jardim Faculdade.

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA

2/4 (terça-feira) às 19h 12 anos
“O Morro dos Ventos Uivantes” (Wuthering Heights, EUA, 1939)
Sinopse: Baseado no romance clássico de mesmo nome de Emily Brontë, a história segue a tumultuosa relação entre Heathcliff, um jovem órfão adotado por uma família rica, e Cathy, a filha de seu benfeitor.

7/4 (domingo) às 16h Livre
“Pedro e o Lobo” (Peter and the Wolf, EUA,1948)
Sinopse: Obras de Hans Christian Ardersen, Esopo, Goethe e do folclore russo em clássicas animações realizadas pelos estúdios Disney e Estúdios Columbia nas décadas de 1930 e 1950.

9/4 (terça-feira) às 19h 12 anos
“O Camelô da Rua Larga” (Brasil, 1958)
Sinopse: A trama gira em torno de um camelô espertalhão que se envolve em uma série de confusões e situações cômicas enquanto tenta ganhar a vida vendendo seus produtos nas ruas movimentadas do Rio de Janeiro.

16/4 (terça-feira), 19h 12 anos
“Mazurca” (Mazurka, Alemanha 1935)
Sinopse: O filme narra a história de uma mulher que comete um assassinato e é levada a julgamento. Ambientado em um tribunal, o enredo acompanha os desdobramentos do julgamento, revelando em flashback segredos do passado da protagonista.

23/4 (terça-feira), 19h 12 anos
“O Refúgio de Emma” (Skyggen af Emma, Suécia, 1988)
Sinopse: Ambientado em 1932, este drama emocionante mergulha nas complexidades familiares e nas lutas internas de uma criança em busca de compreensão e afeto.

30/4 (terça-feira), 19h 12 anos
“Mãe” (Mat, URSS, 1926)
Sinopse: obra-prima do cinema silencioso russo. Baseado no romance de Maxim Gorky, o filme segue a jornada emocional de uma mãe trabalhadora durante as revoltas de 1905.