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Cultura

Histórias de luto e racismo vencem Prêmio São Paulo de Literatura

Obras ganhadoras foram "Não Fossem as Sílabas do Sábado" e "Tinta Branca"

02 de Dezembro de 2023 às 23:01
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Autores Alexandre Alliatti e Mariana Salomão receberão R$ 250 mil cada
Autores Alexandre Alliatti e Mariana Salomão receberão R$ 250 mil cada (Crédito: RICARDO MATSUKAWA / SP LEITURAS )

Os romances de Mariana Salomão Carrara, “Não Fossem as Sílabas do Sábado”, e de Alexandre Alliatti, “Tinta Branca” foram os vencedores da 16ª edição do Prêmio São Paulo de Literatura. O anúncio aconteceu na segunda-feira (27) e cada autor levará R$ 200 mil. Os finalistas poderão participar, em 2024, de eventos literários como o Viagem Literária.

A obra “Não Fossem as Sílabas do Sábado”, de Mariana Salomão Carrara, vencedor do prêmio de Melhor Romance de 2022, fala sobre o luto: “Uma tragédia acaba com uma família, um amor, uma história, mas o absurdo acidente tem a possibilidade de unir as mulheres que restaram dele, num duro e, ao mesmo tempo, terno embate de isolamentos. Depois da morte de André, o lar de Ana fica dolorido. Sem o marido, ela passa a gestar a filha órfã e a lidar com Francisca, a babá que intervém com seus tentáculos de ajuda, e também Madalena, a vizinha, viúva do outro homem envolvido no absurdo acidente que vitimou André”. Mariana Salomão Carrara nasceu em 1986, em São Paulo. É autora de “Fadas e Copos no Canto da Casa”, “Se Deus me Chamar Não Vou” (finalista do Jabuti 2020) e “É Sempre a Hora da Nossa Morte Amém”.

Já para Melhor Romance de Estreia, a obra “Tinta Branca”, de Alexandre Alliatti, foi a escolhida. O livro aborda questões raciais e sociais: “Em um domingo de festa, moradores torturam um jovem imigrante na praça central de uma pequena cidade do interior gaúcho. O professor de história de uma escola local se vê diretamente envolvido no episódio, enquanto, também, ajuda um homem recém-chegado a entender suas origens. O cruzamento de dois episódios, no passado e no presente, levará o narrador a repensar sua relação com a comunidade, a família e o amor -- e a entender que a verdade, mesmo aquela mais íntima, também pode ser forjada por esquecimentos, por memórias apagadas”.

Alexandre Alliatti nasceu em Curitiba, em 1982, e foi criado em Canoas-RS. É formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde também cursou Letras. Morou no Rio de Janeiro e atualmente vive em São Paulo. Trabalha como jornalista. É pós-graduado pelo Instituto Vera Cruz no curso de Formação de Escritores. “Tinta Branca” é seu primeiro livro publicado.

Recorde de inscritos

Neste ano, a 16ª edição do Prêmio São Paulo de Literatura alcançou a marca recorde de 453 propostas de inscrições, um crescimento de 43% em relação ao ano anterior, de diversas regiões do Brasil e outros países, tais como: Alemanha, Angola, Argentina, Chile, Espanha, Estados Unidos, França, Inglaterra, Israel, Itália, Portugal, Rússia e Suíça.

Os finalistas foram avaliados pelo júri do prêmio composto por: Carlos Rogério Duarte Barreiros, Cida Saldanha, Claudia Abeling, Gênese Andrade, Ieda Lebensztayn, Jeferson Tenório, Karina Menegaldo, Luciana Araujo Marques, Luiz Rebinski e Whaner Endo.

A promoção do prêmio é da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo. (Da Redação)