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Obras selecionadas

Região de Sorocaba também está na Bienal de São Paulo

Quilombo Cafundó faz parte da exposição em meio às mais de mil obras selecionadas

14 de Outubro de 2023 às 23:01
Thaís Marcolino [email protected]
A 35ª edição da Bienal acontece no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque Ibirapuera e segue em cartaz até dezembro
A 35ª edição da Bienal acontece no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque Ibirapuera e segue em cartaz até dezembro (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO (2/10/2023))

A 35ª Bienal de São Paulo, que acontece no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque Ibirapuera, é um convite para todas as pessoas contemplarem a arte em suas distintas expressões. Entre as mais de mil obras selecionadas para participar da exposição que tem como tema “Coreografias do Impossível”, uma delas tem tudo a ver com a região de Sorocaba. Uma coletânea de fotos e reportagens -- inclusive do jornal Cruzeiro do Sul -- veiculadas sobre o Quilombo Cafundó, localizado em Salto de Pirapora, é apresentado.

Alguns dos 120 exemplares sobre a comunidade, distribuídos em arquivos, fotos e documentos, fazem parte do acervo do Centro de Documentação Cultural Alexandre Eulálio (Cedae) e Universidade Estadual de Campinas. Entre os conteúdos encontrados estão: mapas genealógicos e de localização, anotações de línguas faladas do quilombo e as notícias de jornais publicados em 1978.

Porém, a Bienal não se resume apenas nisso. Nos três pavimentos da exposição, o público encontra muitas expressões artísticas, porém, em grande maioria, retratado temas que causam “incômodo” e questionamentos à sociedade atual. Isso se deve à curadoria de Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel, que tem certa ligação com movimentos sociais.

Os sons, temperatura e a sensação de estar em uma floresta também é uma das experiências mais imersivas da Bienal. Em um “caminho” de bambuzais, a cada passo que se dá, projeções de pássaros, folhas, rios, flores, insetos e povos originários. É uma experiência para lembrar e refletir sobre a preservação das florestas e biomas brasileiros. A obra é idealizada por Ayrson Heráclito e Tiganá Santana.

Apesar de uma exposição de arte remeter, em um primeiro momento, ao público adulto, há conteúdos que podem chamar a atenção das crianças. As formas abstratas, cenários familiares, as cores e maneiras que as artes são dispostas são um prato cheio para a curiosidade infantil.

A professora de educação infantil, Andreia de Oliveira Mendes, sempre vai a exposições de arte e não é a primeira vez que comparece à Bienal. Para ela, é uma oportunidade e tanto para adquirir conhecimentos diversificados. “Hoje, por exemplo, a gente reviveu várias culturas diferentes, toda essa contemporaneidade é muito legal. Gostei de várias, mas as que chamaram bastante minha atenção foram as do artista Arthur Bispo do Rosário por retratar a loucura de uma maneira muito interessante, assim como outra que mostrava brincadeiras”, comentou a profissional de 41 anos. Para sua amiga de profissão, Andrea Fernandes de Oliveira, de 51 anos, a visita também é uma maneira de repensar certas ideias. “Entendemos e analisamos de maneira verdadeira elementos de nossa própria história. Vimos tantas coisas legais que pretendemos levar alguns conceitos até para a escola”, disse a professora.

Ao lado de cada criação, os apreciadores também podem encontrar uma breve explicação da intenção e sobre o artista autor da obra. Porém, ao ler o QRCode, é possível acessar o site da Bienal com mais informações acerca do trabalho, além de ouvir a própria voz do responsável contando outros detalhes.

Para quem prefere audiovisual, ainda no primeiro pavimento, há três telas de TV com fones de ouvido conectados, onde o público pode conferir edições anteriores da Bienal através de depoimento dos artistas.

Segundo a organização, ao fim da exposição, em dezembro, grande parte das obras serão destruídas, já que foram feitas especialmente para a Bienal. Estima-se que, para conhecer o espaço de maneira completa e reflexiva sobre os elementos, sejam necessários dois dias de visita.

Para quem prefere uma visita guiada, a Bienal oferece grupos que podem ser montados na hora ou agendados previamente. Para mais informações sobre o agendamento, acesse 35.bienal.org.br/planeje-sua-visita. (Thaís Marcolino)

 

SERVIÇO


35ª Bienal de São Paulo — Coreografias do impossível
Entrada gratuita
De 6 de setembro a 10 de dezembro de 2023
Ter, qua, sex, dom: 10h às 19h (última entrada: 18h30); qui e sáb: 10h às 21h (última entrada: 20h30)
Pavilhão Ciccillo Matarazzo, Parque Ibirapuera — Portão 3
Curadoria: Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel

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