Obras selecionadas
Região de Sorocaba também está na Bienal de São Paulo
Quilombo Cafundó faz parte da exposição em meio às mais de mil obras selecionadas
A 35ª Bienal de São Paulo, que acontece no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque Ibirapuera, é um convite para todas as pessoas contemplarem a arte em suas distintas expressões. Entre as mais de mil obras selecionadas para participar da exposição que tem como tema “Coreografias do Impossível”, uma delas tem tudo a ver com a região de Sorocaba. Uma coletânea de fotos e reportagens -- inclusive do jornal Cruzeiro do Sul -- veiculadas sobre o Quilombo Cafundó, localizado em Salto de Pirapora, é apresentado.
Alguns dos 120 exemplares sobre a comunidade, distribuídos em arquivos, fotos e documentos, fazem parte do acervo do Centro de Documentação Cultural Alexandre Eulálio (Cedae) e Universidade Estadual de Campinas. Entre os conteúdos encontrados estão: mapas genealógicos e de localização, anotações de línguas faladas do quilombo e as notícias de jornais publicados em 1978.
Porém, a Bienal não se resume apenas nisso. Nos três pavimentos da exposição, o público encontra muitas expressões artísticas, porém, em grande maioria, retratado temas que causam “incômodo” e questionamentos à sociedade atual. Isso se deve à curadoria de Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel, que tem certa ligação com movimentos sociais.
Os sons, temperatura e a sensação de estar em uma floresta também é uma das experiências mais imersivas da Bienal. Em um “caminho” de bambuzais, a cada passo que se dá, projeções de pássaros, folhas, rios, flores, insetos e povos originários. É uma experiência para lembrar e refletir sobre a preservação das florestas e biomas brasileiros. A obra é idealizada por Ayrson Heráclito e Tiganá Santana.
Apesar de uma exposição de arte remeter, em um primeiro momento, ao público adulto, há conteúdos que podem chamar a atenção das crianças. As formas abstratas, cenários familiares, as cores e maneiras que as artes são dispostas são um prato cheio para a curiosidade infantil.
A professora de educação infantil, Andreia de Oliveira Mendes, sempre vai a exposições de arte e não é a primeira vez que comparece à Bienal. Para ela, é uma oportunidade e tanto para adquirir conhecimentos diversificados. “Hoje, por exemplo, a gente reviveu várias culturas diferentes, toda essa contemporaneidade é muito legal. Gostei de várias, mas as que chamaram bastante minha atenção foram as do artista Arthur Bispo do Rosário por retratar a loucura de uma maneira muito interessante, assim como outra que mostrava brincadeiras”, comentou a profissional de 41 anos. Para sua amiga de profissão, Andrea Fernandes de Oliveira, de 51 anos, a visita também é uma maneira de repensar certas ideias. “Entendemos e analisamos de maneira verdadeira elementos de nossa própria história. Vimos tantas coisas legais que pretendemos levar alguns conceitos até para a escola”, disse a professora.
Ao lado de cada criação, os apreciadores também podem encontrar uma breve explicação da intenção e sobre o artista autor da obra. Porém, ao ler o QRCode, é possível acessar o site da Bienal com mais informações acerca do trabalho, além de ouvir a própria voz do responsável contando outros detalhes.
Para quem prefere audiovisual, ainda no primeiro pavimento, há três telas de TV com fones de ouvido conectados, onde o público pode conferir edições anteriores da Bienal através de depoimento dos artistas.
Segundo a organização, ao fim da exposição, em dezembro, grande parte das obras serão destruídas, já que foram feitas especialmente para a Bienal. Estima-se que, para conhecer o espaço de maneira completa e reflexiva sobre os elementos, sejam necessários dois dias de visita.
Para quem prefere uma visita guiada, a Bienal oferece grupos que podem ser montados na hora ou agendados previamente. Para mais informações sobre o agendamento, acesse 35.bienal.org.br/planeje-sua-visita. (Thaís Marcolino)
SERVIÇO
35ª Bienal de São Paulo — Coreografias do impossível
Entrada gratuita
De 6 de setembro a 10 de dezembro de 2023
Ter, qua, sex, dom: 10h às 19h (última entrada: 18h30); qui e sáb: 10h às 21h (última entrada: 20h30)
Pavilhão Ciccillo Matarazzo, Parque Ibirapuera — Portão 3
Curadoria: Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel
Galeria
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