Luto na arte
Morre pintor e escultor colombiano Fernando Botero aos 91 anos
Botero foi um dos artistas latino-americanos mais influentes do século XX; morte foi confirmada pelo presidente da Colômbia, Gustavo Petro
*Atualizada às 14h29
O pintor e escultor colombiano Fernando Botero, um dos artistas latino-americanos mais influentes do século XX, morreu aos 91 anos. A informação foi divulgada pelo presidente colombiano, Gustavo Petro, nesta sexta-feira (15).
"Morreu Fernando Botero, o pintor das nossas tradições e imperfeições, o pintor das nossas virtudes. O pintor da nossa violência e da paz", escreveu Petro na rede social X, antigo Twitter. O presidente não deu detalhes sobre o local, nem sobre as causas da morte.
Segundo a imprensa colombiana, que na manhã desta sexta-feira (15) lamentou a morte do "maior artista colombiano de todos os tempos", a saúde de Botero piorou nos últimos dias, devido a uma pneumonia. Ainda conforme os jornais locais, Botero faleceu em sua casa, em Monte Carlo, no principado de Mônaco.
Nascido em 1932, em Medellín, no centro da Colômbia, ele é considerado um dos mais importantes artistas latino-americanos do século XX. O prefeito de sua cidade natal, Daniel Quintero, decretou sete dias de luto. "Lamentamos, profundamente, a morte do mestre Botero, um grande mestre da arte, da cultura, mas também por seu amor por Medellín, por seu amor pela Colômbia, por seu amor pela América Latina", escreveu Quintero.
Deixar este mundo
"Penso, com frequência, na morte e me entristece deixar este mundo e não poder continuar trabalhando, porque gosto muito da minha obra", disse ele em uma entrevista, no seu 80º aniversário, em 2012.
"Morreu um grande homem, deu um bom nome ao país, enalteceu a cultura", escreveu o ex-presidente da Colômbia Álvaro Uribe.
Com formas voluptuosas e levemente surrealistas, as obras de Botero se tornaram populares em todo o mundo, podendo ser vistas em museus e espaços públicos de cidades como Bogotá, Madri, Paris, Barcelona, Singapura e Veneza. Para o artista, as exposições em espaços públicos são uma "forma revolucionária" de aproximar a arte do público.
Filho de um representante comercial, ele começou na arte desde cedo. Aos 15 anos, já vendia seus desenhos de touradas nas portas da praça de touros de Bogotá. Durante sua carreira, fez mais de 3.000 pinturas e 300 esculturas, um exemplo de sua capacidade criativa. Costumava dizer que a mera ideia de abandonar os pincéis "me apavora mais do que a morte". Por anos, dividiu sua vida entre um vilarejo na Toscana (Itália), Nova York, Medellín e Mônaco. (AFP)