Luto
Aracy Balabanian morre aos 83 anos no Rio
A causa da morte ainda não foi confirmada; atriz tinha sido diagnosticada com um câncer de pulmão recentemente
A atriz que fez o Brasil rir com personagens inesquecíveis, como Dona Armênia, de “Rainha da sucata”, e Cassandra, de “Sai de baixo”, Aracy Balabanian morreu, ontem (7), aos 83 anos, no Rio. Estava internada na Clínica São Vicente, na Gávea. A causa da morte não foi informada -- ela havia sido diagnosticada com câncer de pulmão e estava em tratamento desde o fim de 2022.
Ao longo de mais de seis décadas de carreira, Aracy se destacou no teatro e se tornou uma das figuras mais conhecidas da teledramaturgia brasileira. Criou personagens marcantes com um talento polivalente e sempre transitou com segurança entre o drama e a comédia.
Entre seus papéis mais memoráveis nas novelas e programas da Globo também está a matriarca italiana Filomena, de “A próxima vítima” (1995).
Uma das últimas fotos públicas de Aracy foi a de um encontro com Claudia Raia e seu filho mais novo, Luca, no Rio, em julho.
Carreira
Nascida em Campo Grande (MS), em 22 de fevereiro de 1940, filha de imigrantes armênios, ela descobriu o teatro ainda menina, já vivendo em São Paulo. Aos 12 anos, foi levada para assistir a uma peça da companhia de Maria Della Costa. Adolescente, cursou a Escola de Artes Dramáticas (EAD) e estreou no teatro no final dos anos 1950.
A estreia na TV foi em 1964, na novela “Marcados pelo amor”, de Walther Negrão - com quem faria outros trabalhos - e Roberto Freire, na TV Record. Logo migrou para a TV Tupi, principal produtora de novelas nos anos 1960, na qual estrelou “Meus filhos”, “Minha vida” (1967), “Antônio Maria” (1968) e “Nino, o italianinho” (1970).
Na TV Globo, a partir de 1972, teve sua imagem logo associada à emissora - e emendou uma novela atrás da outra. A primeira foi “O primeiro amor”, de Walther Negrão. Em seguida, entrou para o elenco do infantil “Vila Sésamo”, coprodução entre Globo e TV Cultura do popular “Sesame street”. E em 1974 voltou a ser protagonista, dessa vez em “Corrida do ouro”, a primeira do autor Gilberto Braga - tendo ao seu lado atores como Walmor Chagas, Sandra Bréa e José Wilker, com os quais atuaria muitas outras vezes em sua carreira. Nos anos 1970, Aracy fez praticamente uma novela por ano.
Em 1990, Aracy teve uma grande virada na carreira: foi convidada por Silvio de Abreu para dar vida a Dona Armênia, na novela “Rainha da sucata”. Filha de pais armênios, Aracy emplacou o sotaque perfeito e o bordão “na chón”.
Entre 1996 e 2002, Aracy fez sucesso com a personagem Cassandra, no humorístico “Sai de baixo”, ao lado de Miguel Falabella, Luis Gustavo, Claudia Jimenez, Marisa Orth e Tom Cavalcanti. O programa também marcou época na TV brasileira. A atriz voltou a viver a personagem em quatro programas especiais no canal Viva em 2013.
Com o fim do humorístico, Aracy seguiu com as novelas. Em 2004, esteve em “Da cor de pecado”, com Lima Duarte. Fez ainda “A lua me disse” (2005), “Passione” (2010), “Cheias de charme” (2012) e “Geração Brasil” (2014).
Sua última novela completa foi Sol Nascente, de Walther Negrão, exibida em 2016, na qual novamente interpretou uma italiana, Giuseppina De Angeli (Geppina), formando um simpático casal com o personagem Gaetano de Angeli (Francisco Cuoco). No cinema, Aracy participou de filmes como “A primeira viagem” (1975), “Caramujo-Flor” (1998) e “Sai de baixo - O filme” (2019). (Da Redação com Estadão Conteúdo)
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