Sob o pseudônimo de Seu Maia, a faceta mais inquieta do cantor, compositor e percussionista Jadson Fernandes se expressa em canções autorais vibrantes e potentes no show “Reintegração de posse - a revolução do coco, da pisada ao xamego”, que será apresentado neste domingo (9), às 17h, na área de Convivência do Sesc Sorocaba. A apresentação faz parte do projeto Som na Área e a entrada é gratuita.

Resultado de pesquisa sobre ritmos brasileiros que embalam os folguedos tradicionais das regiões norte e nordeste do País, especialmente o coco de Arcoverde (PE) e suas variações, as composições foram escritas durante um período em que deu aulas de percussão. As aulas eram em um projeto de arte-educação para crianças e adolescentes de Paraty (RJ) cidade onde o artista viveu nos últimos anos.

As letras, influenciadas pela poética da literatura de cordel, passeiam por versos lúdicos sobre natureza e ancestralidade na fase denominada “pisada” e amor, encontros e desencontros, na fase intitulada “xamego”.

No show, a sonoridade tradicional do coco, ritmo originário dos quilombos caracterizado pelas levada cadência marcante dos instrumentos de percussão, palmas e batidas de pé (daí a pisada), o qual Jadson se especializou ao longo da última década, encontra uma estética original ao se fundir com a influência vinda de outras fontes. “Minha missão é levar o coco adiante, mas com outra roupagem, outra pegada. É uma mistura de tudo, de música norte-americana, black music, é um coco elétrico, coco, suingado, coco jazz ou, quem sabe, coco groove”, sugere, dispensando rótulos.

Essa sonoridade peculiar será apresentada por Seu Maia (bateria e voz) acompanhado de uma banda formada por Rodrigo Cabrerisso (baixo), Thiago Torres (guitarra), Kakau Carvalho (sanfona); Dennis Lisboa (percussão); Vagner Correia (trombone). O show ainda terá participações especiais do mestre Jess Martins e do grupo de capoeira angola Bando Maré de Março (capoeira angola).

Já o nome do show, “Reintegração de posse”, acrescenta o artista, sugere de diferentes interpretações, como o grito que clama pela preservação das expressões culturais tradicionais que estão se apagando. “Reintegração de posse é uma denúncia, um pedido de socorro por não sabermos mais o que somos, de não darmos valor ao que somos e produzimos”, considera.

O Sesc Sorocaba fica na rua Barão de Piratininga, 555, Jardim Faculdade. (Da Redação)