Victor Brecheret (1894-1955) gostava de esculpir em silêncio e, de preferência, em um local em que seus olhos pudessem enxergar o mar. Um paradoxo para um artista com forte identificação com a cidade de São Paulo -- sua obra mais famosa, o “Monumento às Bandeiras”, fica em frente ao Parque do Ibirapuera, entre o vaivém de carros. Até dia 12 de agosto um conjunto de 14 obras do artista pode ser visto em exposição gratuita realizada no Liceu de Artes e Ofício, na região central da cidade de São Paulo.

O hábito do escultor ítalo-brasileiro parece ainda mais inexplicável ao saber que sua iluminação para se dedicar ao ofício foi aos 15 anos, quando caminhava pelo Viaduto do Chá. Ele a foto de uma escultura do francês Auguste Rodin. Pediu, então, à tia que o matriculasse no curso de desenho e modelagem do Liceu de Artes e Ofícios, que frequentou por dois anos antes de se especializar em Roma.

É justamente o Liceu que abriga a exposição “Victor Brecheret: O Mestre das Formas”. A mostra, que ocupa o primeiro andar do centro cultural da instituição, exibe 14 obras de coleção particular, criadas entre 1910 e 1950. A curadoria é de Fernanda Carvalho e a cocuradoria, de Ana Paula Brecheret, neta do artista, realizada em parceria com o Instituto Victor Brecheret.

Entre as obras em exibição estão “Pietá” (1912-1913), única peça esculpida em madeira por Brecheret, “Virgem indígena” (1950), de gesso patinado, “Beijo” (1930), feita de bronze polido, e “Veado enrolado” (1947-1948), cuja técnica é pedra rolada pelo mar.

A exposição é gratuita de terça a sábado e, aos domingos, são recebidos grupos previamente agendados. Mais informações no www.liceuescola.com.br. (Da Redação com Estadão Conteúdo)

SERVIÇO

Victor Brecheret: O mestre das formas
Centro Cultural Liceu de Artes e Ofícios. (rua Cantareira, 1.351)
3ª a sábado, 12h / 17h. Gratuito.
Domingo - para grupos previamente agendados
Até 12/8