O compositor brasileiro Assis Valente (1908-1958) é o tema do Encontros com a Mitologia de hoje (27), que acontece no Gabinete de Leitura Sorocabano. A atividade é gratuita e será das 14h às 16h. Conhecido por composições populares como “Cai cai balão” e “Boas festas”, Valente firmou parceria com Carmen Miranda, cantora que gravou 25 músicas dele. E para quem gosta de assuntos ferroviários, o Gabinete abre amanhã (28), a exposição “Estrada de Ferro Sorocabana”, que com entrada gratuita, apresenta ao público um rico acervo do pesquisador sorocabano Aparício Tarcitani (veja matéria abaixo).

Assis Valente também é o autor de grandes sucessos da música popular brasileira, como “Camisa listada”, “Boas festas”, “Uva de caminhão”, “Recenseamento”, “Meu moreno fez bobagem”, “Brasil pandeiro”, entre outras, onde registra costumes, comportamentos, alegrias e tristezas da sociedade da época.

Baiano, trabalhou como lavador de vidros em farmácia de hospital, se destacando pela vivacidade e inteligência precoces. Assalariado, Matriculou-se no Liceu de Artes e Ofícios, estudando desenho e escultura, se especializando na confecção de próteses dentárias ofício que garantiu a sua sobrevivência no decorrer da vida. Mesmo conquistando fama, Assis, continuou trabalhando como protético, adquirindo, também, notoriedade por suas dentaduras que “só faltavam falar”, pela perfeição.

O sonho de conhecer o Rio de Janeiro veio em 1927, onde conseguiu vender alguns de seus desenhos para as revistas da época e conheceu Heitor dos Prazeres compositor da velha guarda e artista plástico. Impressionado com a inteligência do jovem em declamar e escrever, encorajou-o a compor sambas.

Ironizando a influência do francês na língua e nos costumes da época, compôs “Tem francesa no morro”, (1932), logo gravado por Araci Cortes -- famosa atriz e cantora de teatro. Foi nesta época que o compositor procurou por Carmen Miranda para dar início à parceria.

Quando Carmen Miranda retornou dos Estados Unidos, Assis Valente lhe ofereceu o samba “Brasil pandeiro”, que ela recusou em gravar, temendo as críticas que já sofrera no Brasil por considerá-la “americanizada”. Mesmo assim, o grupo Anjos o Inferno gravou, sendo um dos últimos grandes sucessos do compositor, que vai ficando no esquecimento frente à produção de novos autores e à chegada da Bossa Nova. Desiludido, veio a falecer em 10 de março de 1958.

Essas e muitas outras informações e histórias sobre o artista serão apresentadas no encontro de hoje. Podem participar pessoas com mais de 12 anos, não sendo necessário inscrição prévia. Os encontros acontecem todas as quintas, através de bate papo, audição de músicas e apostila acompanhando o tema do dia. O Gabinete de Leitura fica na praça Coronel Fernando Prestes, 21 Centro de Sorocaba. Mais informações pelo 3232-0768.

Mostra sobre estrada de ferro começa amanhã

A mostra “Estrada de Ferro Sorocabana” começa amanhã (28) no Gabinete de Leitura Sorocabano. Com acervo de fotos, objetos, livros e texto do pesquisador sorocabano Aparício Tarcitani, 83, a ação é uma homenagem ao Dia do Ferroviário, data comemorada no domingo (30). Tarcitani pesquisa a História do Transporte em Sorocaba há mais de 40 anos. A abertura será às 10h e a mostra, que é gratuita, segue em cartaz até 12 de maio.

Fundada na segunda metade do século 19, a Estrada de Ferro Sorocabana facilitou a produção de algodão e trouxe novas tecnologias como o telégrafo e o telefone. Uma curiosidade é que o primeiro automóvel de Sorocaba foi trazido de trem para a cidade. O setor ferroviário sorocabano empregou mais de 2 mil trabalhadores, entre eles o pai de Tarcitani.

Como destaca o presidente da instituição Luciano Viana de Carvalho, a exposição é importante homenagem a Luiz Matheus Maylasky, fundador da Estrada de Ferro, em 1875. Anos antes, porém, Maylasky fundou o Gabinete de Leitura Sorocabano, em 1867.

A exposição pode ser vista de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, e aos sábados das 9h às 13h. O Gabinete de Leitura fica na praça Coronel Fernandes Prestes, 21. (Da Redação)