O Sesc Sorocaba deu o pontapé inicial na programação da 2ª edição do Festival de Jazz de Sorocaba, apresentado pelo Ministério da Cultura e o Banco CNH Industrial, com o patrocínio da Case IH e Case Construction, marcas da CNH Industrial. A programação teve início na sexta-feira (31) e sábado (1º), com palestras do Professor Doutor Sergio Molina, que abordaram o “Percurso do Jazz como arte da improvisação” e “O Jazz Moderno e suas fronteiras”.

Para o palestrante Sergio Molina, que é compositor, doutor em música pela USP, coordenador na Faculdade Santa Marcelina e professor de composição no I.C.G (em Belém), esse é um momento fundamental, pós-pandemia e com a retomada recente do Ministério da Cultura (Minc) e as Leis de Incentivo à Cultura. “Levar para as pessoas a arte, para que possamos nos alimentar disso é importante. Aqui em Sorocaba a gente terá um festival incrível, que aposta em grandes nomes, como por exemplo Nelson Aires e sua Big Band. Mas mais importante de tudo, é as pessoas virem para cá com a certeza que vão ouvir um jazz de altíssima qualidade e de alguém, que talvez elas nunca tinham visto antes. Pessoas importantes no nicho do jazz. E isso vai acontecer aqui em Sorocaba, durante 15 dias de festival, para comemorar a volta da cultura acessível no Brasil”, comentou o palestrante.

Já nos dias 05, 06, 08, 12 e 13 de abril acontecerão os 5 encontros, com 10 oficinas de Afro Jazz, também no Sesc Sorocaba. As aulas serão totalmente gratuitas e ministradas pelos professores Barba Marques (aula prática), Tiago Mecatti (aula prática), Wellington Ataíde (contexto) e Izabela Vieira (pesquisa) do Coletivo Cada do Ritmo.

As oficinas abordarão o contexto histórico, oficinas práticas percussivas e pockets show demonstrativos, que farão um passeio sobre a história do jazz, partindo de sua matriz. A cada encontro será demonstrado aos alunos a evolução musical e desdobramentos rítmicos e harmônicos que a linguagem obteve até chegar no Jazz contemporâneo.

Para o professor Wellington Ataíde, que é Mestre em História pela Ufscar e organizador do Grupo de Estudos Negros Sorocaba (Baobá), a proposta é um olhar atento pelo Atlântico Negro, buscando passear pelas décadas do Séc. XX. “Vamos observar o diálogo que ocorreu de maneira sistêmica no Continente Americano. No Brasil, Cuba e EUA, observando suas influências e seus diálogos na composição de sua linguagem musical”, completou.

Todas as oficinas do “Festival de Jazz de Sorocaba - 2a Edição”, terão inscrições gratuitas, que devem ser feitas pelo WhatsApp da Mda International, no número (15) 32111360.

Shows na Usina Cultural Facens

Entre os dias 12 e 16 de abril alguns dos melhores músicos do país mostrarão um importante painel do jazz brasileiro na Usina Cultural Facens. Serão ao todo, mais de 50 músicos brasileiros que se apresentarão durante 10 apresentações.

Segundo Marco de Almeida, produtor e diretor artístico do evento, foram reunidos para o evento nomes já consolidados do mundo instrumental jazzístico brasileiro e internacional, com novos talentos que estão se destacando neste imenso celeiro musical que é o Brasil. “Quem quiser ouvir e conhecer a grande música feita atualmente no Brasil, este festival para a cidade será uma grande oportunidade”, explica Marco.

Para o contrabaixista Jorge Helder, referência do cenário musical, parceiro de Chico Buarque, Caetano e diretor musical de Maria Bethânia, este tipo de evento é muito importante para a cultura brasileira. “A cidade de Sorocaba está de parabéns com a realização deste importante festival, que valoriza os artistas do nosso país. É uma honra participar”, explicou o músico, que fará seu show no dia 14, junto a seu quarteto.

Já para o baterista sorocabano Sergio Reze, que tem seu trabalho presente em mais de 100 discos gravados e foi colaborador de grandes nomes, como Paulinho da Viola, João Bosco, Dominguinhos, Edu Lobo, André Mehmari, Arrigo Barnabé, Ney Matogrosso, entre outros, é uma alegria poder voltar para a sua cidade natal, depois de muitos anos, e se apresentar nas margens do Rio Sorocaba para seus conterrâneos “Estou muito feliz de ter recebido o convite para tocar nesta 2a edição do Festival de Jazz de Sorocaba e poder apresentar o meu novo trabalho, que é o ‘Sergio Reze, falando música Quarteto’ que foi pensado, maturado e gestado ao longo da pandemia”.

A programação do evento contempla ainda nomes como Nelson Ayres - um dos principais músicos do Brasil que se apresentará com sua Big Band, o pernambucano Amaro Freitas - ícone da nova geração e um dos pianistas brasileiros atualmente mais requisitados do mundo (que estará no palco com seu Trio), a jovem cantora e compositora Amanda Maria e Leandro Cabral Quarteto, e a Vanessa Moreno Quarteto, destaques da nova geração. Se apresentarão ainda Mauro Senise Quarteto, Thiago Espírito Santo Quarteto (com o tributo Weather Report), Chris Neves Trio, a Jazz Combo, do Conservatório de Tatuí (com a participação especial de Filó Machado e Felipe Machado), que fechará o evento, prestigiando os músicos da região.

Farão parte ainda da programação cultural duas exposições: uma dedicada à memória de Zuza Homem de Mello - um dos principais pesquisadores do estilo musical no Brasil - e outra sobre a linha do tempo da história do Jazz, com textos do jornalista Felipe Nascimento.

O Festival de Jazz de Sorocaba – 2a edição que conta com direção artística e produção-executiva de Marco de Almeida, produção da MDA International e realização da Lei de Incentivo à Cultural Federal (Lei Rouanet), terá ainda à disposição do público uma área gourmet e venda de livros e CDs. (Da redação)