Cultura
Gravuras assinadas de Alfredo Volpi vão a leilão
Um leilão de todas as gravuras assinadas que se encontravam no ateliê do pintor Alfredo Volpi (1896-1988) quando o artista morreu será realizado no dia 17 de outubro, às 21h, e, nos dias 18 e 19, às 20h. O leilão, comandando por James Lisboa, vai ocorrer no site www.leilaodearte.com e será transmitido pelo canal Arte 1. É preciso se cadastrar antes de acessar o leilão. Das 3.179 gravuras assinadas, 2.878 exemplares (de 364 lotes) estarão à venda. Outras três centenas foram retiradas por iniciativa do próprio leiloeiro. Guardadas há muitos anos, ela sofreram danos irreparáveis e não poderão ser comercializadas. Serão devolvidas aos herdeiros do pintor.
James Lisboa é o fiel depositário das gravuras desde 7 de dezembro de 2012. Aguardava, desde então, a liberação judicial das obras. Há dez anos, portanto, ele luta para realizar o leilão, com o qual não concordou uma das herdeiras. “Esse desentendimento foi o motivo do atraso do leilão, mas ele finalmente foi autorizado (pela juíza Vivian Wipfli), colocando à disposição do público obras raras assinadas por Volpi”, diz James Lisboa O leiloeiro antevê uma grande procura pelas gravuras volpianas, que serão leiloadas por preços que ele considera atraentes (a partir de R$ 500).
As peças no leilão são gravuras feitas com base em pinturas em têmpera e produzidas por gráficas em diferentes técnicas (serigrafia, litogravura e impressão offset). “O preço é convidativo, e deve acontecer o mesmo boom do leilão da Eleonore Koch, hoje uma artista muito valorizada”, conclui James. De fato, uma gravura de Koch leiloada por R$ 5 mil há quatro anos, hoje custa até cinco, seis vezes mais.
O leilão de Volpi vem acompanhado de um catálogo publicado pelo leiloeiro e traz algumas curiosidades que estarão, certamente no catálogo raisonné que se pretende editar com base nessa coleção de 3.179 gravuras. Os temas tratados na pintura do artista - bandeirinhas, mastros, fachadas, santos, figuras mitológicas - estão representados nessas gravuras, tiradas de obras antológicas e facilmente reconhecíveis.
Entre as raridades figurativas está a gravura de uma sereia que Volpi pintou para uma companhia marítima e que hoje pertence à coleção Mastrobuono. As chamadas obras da fase concreta de Volpi (meados dos anos 1950) também constituem uma atração à parte no leilão. Uma rara composição concreta dessa época (em azul, preto e terra) estará à venda na primeira noite do leilão. Na segunda e terceiras noites entram as gravuras reunidas em conjuntos de dez obras (grande parte com uma tiragem de 150 ou 200 exemplares). Todas elas estão chanceladas por um carimbo e marca d’água (espólio Alfredo Volpi) ‘para não haver nenhuma dúvida quanto à origem‘, garante o leiloeiro James Lisboa. (Da Redação com Estadão Conteúdo)