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Barões da Pisadinha e Matuê agitam a Festa Junina de Votorantim

Barões da Pisadinha e Matuê, Festa Junina de Votorantim traz artistas e sucessos que ganharam destaques na rede durante a pandemia

15 de Junho de 2022 às 00:01
Wilma Antunes [email protected]
Com milhares de ouvintes nas plataformas digitais a dupla Barões da Pisadinha retoma contato direto com os fãs.
Com milhares de ouvintes nas plataformas digitais a dupla Barões da Pisadinha retoma contato direto com os fãs. (Crédito: DIVULGAÇÃO)

Os varais enfeitados por bandeirolas e cheiro de milho cozido já dizem tudo: é tempo de festa junina. Depois de dois anos sem poder celebrar um dos maiores eventos do País, finalmente chegou a hora de curtir o momento acompanhado dos amigos e da família. Quem visitou a Festa Junina de Votorantim no último fim de semana vibrou ao som de Barões da Pisadinha e de Matuê. Os artistas têm milhares de ouvintes mensais no Spotify, além de hits virais no TikTok. Em um verdadeiro show de simpatia desses fenômenos, o frio de 9°C passou despercebido pelo público.

“Ela roda a cidade inteira pra ficar comigo, porque eu sou o seu esquema preferido...” Com certeza você já deve ter ouvido essa música em algum momento da sua vida, principalmente nos últimos dois anos. Mas, dessa vez, o esquema preferido dos Barões da Pisadinha foi na praça Lecy de Campos, onde é realizada a maior festa junina do Estado de São Paulo. A dupla, formada por Rodrigo Araújo Nevez (vocal) e Felipe Santana Mota (teclado), se apresentou no sábado (11) e agitou a galera com hits como: “Tá Rocheda”, “Recairei”, “Basta Você Me Ligar” e “Unha de Gel”.

Os Barões da Pisadinha são das cidades de Heliópolis e Ribeira do Amparo, no interior da Bahia. Eles começaram a se apresentar em 2015, ainda em palcos improvisados e para poucas pessoas. A “pindura” continuou até 2018, porém, no ano seguinte, tudo mudou. Em 2019, o jogador de futebol Neymar Santos fez um post no Instagram cantando e dançando a música “Tá Rocheda”, principal hit da dupla até então. A divulgação fez com que os artistas ganhassem mais projeção na mídia e conquistassem ainda mais ouvintes no mundo todo.

O que pouca gente sabe é que antes de ser Os Barões da Pisadinha, a dupla era conhecida como Os Barões do Forró. A mudança do nome foi feita por conta da proposta da dupla, que é mais voltada para o forró eletrônico e para a pisadinha, uma vertente do forró com objetivos estéticos mais alinhados ao funk. A receita dessa mistura toda só poderia resultar em uma coisa: sucesso absoluto. Em tempos de confinamento devido à pandemia de Covid-19, muitos usuários do TikTok se divertiram assistindo vídeos ao som da banda. O carinho agora aquece de perto a dupla, que se encantou com o interior paulista.

Após o show em Votorantim, com duração de aproximadamente duas horas, o Cruzeiro do Sul entrevistou os Barões da Pisadinha. Felipe e Rodrigo receberam a reportagem com um largo sorriso no rosto e, literalmente, de braços abertos, seguido de um abraço apertado. Quem começou a responder as perguntas foi o Felipe, que disse estar empolgado com a volta dos eventos presenciais.

“A gente passou muito tempo parado, quase dois anos. Nos sentimos muito realizados em estar voltando, ver essa multidão gritando, dançando e cantando todas as músicas dos Barões. Para nós, é uma alegria enorme ter esse povo de volta”, contou o tecladista.

Já Rodrigo ficou encantado com a quantidade de barracas de entidades beneficentes na festa junina. “Quero agradecer imensamente toda a galera envolvida no evento. Soube que tem voluntários nas barracas, achei incrível. Já deu para perceber que o pessoal aqui gosta bastante de festa. Estou muito feliz em fazer parte disso”, ressaltou.

Matheus Aguiar, o Matuê

Matheus Brasileiro Aguiar, conhecido artisticamente como Matuê, se apresentou na Festa Junina de Votorantim no domingo (12). O show do trapper atraiu milhares de fãs -- a maioria deles adolescentes. Empolgados, os jovens até ajudaram o artista a cantar uma de suas músicas, quando ele mesmo se esqueceu da letra. Alguns dos hits que embalaram a noite foram: “777-666”, “É Sal”, “Máquina do Tempo”, “Cogulândia”, “Quem Manda É a 30”, “Gorila Roxo” e “Kenny G”.

Mas afinal, o que é trap? Muita gente se faz essa pergunta, isso porque o ritmo, embora tenha sido criado no início dos anos 2000, só caiu no gosto dos brasileiros na última década. O trap, que corresponde a “armadilha” em inglês, nada mais é do que um subgênero do rap. A diferença é que o arranjo das músicas utiliza diversos elementos, como sintetizadores da música eletrônica, onomatopeias, batidas bem marcadas, timbres mais melódicos e graves robustos.

Cearense natural de fortaleza, Matuê já foi professor de inglês antes da fama. Ele se mudou para os Estados Unidos quando tinha apenas 8 anos e voltou para o Brasil quatro anos depois, em 2004. No tempo que passou fora do País, pegou referências de rappers norte-americanos que o inspiravam e canalizou a admiração em forma de arte. Dez anos mais tarde, em 2014, o cantor fundou a gravadora e produtora 30PRAUM. A partir daí, as coisas começaram a fluir e, em 2016, Matuê se destacou na cena nacional já no seu primeiro lançamento no gênero trap, “RBN”. (Wilma Antunes)