Para celebrar a 55ª Semana do Tropeiro, Sorocaba recebe uma exposição gratuita para aproximar a população da cultura tropeira, mantendo viva a memória a respeito do desenvolvimento da cidade por meio do Tropeirismo regional. Na mostra, o público pode conferir as aquarelas do artista e historiador Mário Mattos, e as miniaturas de tropeiros do pesquisador e artesão Júlio César Colaço Sanni.

Além de peças e objetos que remetem à cultura tropeira, a exposição ainda traz exposta uma das últimas redes confeccionadas pelas antigas redeiras de Sorocaba. A peça foi doada pela professora e pesquisadora Vera Ravagnani Job, que faleceu em fevereiro deste ano, aos 87 anos por conta da Covid-19.

A Semana do Tropeiro ocorre anualmente em Sorocaba e é um marco cultural para manter viva a memória a respeito da participação da cidade no desenvolvimento do Ciclo do Tropeirismo. Desde o século 17 até o início do século 20, os tropeiros foram responsáveis pela circulação de produtos destinados à exportação e pelo abastecimento das regiões interioranas.

O início do Tropeirismo na cidade ocorreu por volta de 1.750, com o registro de animais no município, que transformou Sorocaba em passagem de tropas xucras ou arreadas.

Como consequência desse evento, eram realizadas as famosas Feiras de Muares, que, normalmente, tinham duração de dois meses. O tropeiro era responsável pela circulação de produtos destinados à exportação e pelo abastecimento das regiões interioranas.

No ano passado, a data também foi lembrada com exposições, além do lançamento do livro ‘No Rastro das Tropas’, do jornalista e historiador Sérgio Coelho de Oliveira.

Já na exposição atual, que começou na última quarta-feira (4), em um shopping da cidade, os visitantes podem prestigiar as aquarelas do artista e historiador Mário Mattos. Para ele, que é um dos idealizadores da Semana do Tropeiro em Sorocaba e criador da maioria dos cartazes de divulgação do evento, o Tropeirismo é uma causa que há anos defende, incansavelmente, em favor da identidade de grande parte dos brasileiros. Ainda conforme ele, quanto mais divulgação houver e mais pessoas passarem a entender suas origens, poderão apropriar-se de sua história. Por isso os livros, as palestras e os quadros que pinta são dedicados ao tema.

Vera Ravagnani Job também foi uma das responsáveis, há mais de 50 anos, pela criação da Semana do Tropeiro, com o objetivo de preservar a tradição na cidade, por meio de seu acervo sobre o tema, que contou com a ajuda do colaborador araçoiabano Júlio César Colaço Sanni.

A mostra gratuita é uma realização da Secretaria de Cultura (Secult), da Prefeitura de Sorocaba, e fica no Piso 1 do Bloco B, do shopping Pátio Cianê, até o dia 31 deste mês, de segunda a sábado, das 10h às 22h, e aos domingos, das 12h às 20.

Selo da Cultura Tropeira

A Prefeitura de Sorocaba, por meio da Secretaria da Cultura (Secult), criou o programa “Selo Amigo da Cultura Tropeira”. A iniciativa visa promover a cultura tropeira, por meio do apoio a empresas, instituições, iniciativas e cidadãos do município, que investem ou produzem projetos relacionados ao tema. A Lei nº 43/2022, que institui a certificação, visa, ainda, ampliar a proteção aos patrimônios históricos, culturais, artísticos, turísticos e paisagísticos da cidade ligados ao Tropeirismo. Os contemplados pelo “Selo Amigo da Cultura Tropeira” poderão utilizá-lo em materiais de divulgação, publicidade, formulários e documentos oficiais, por um período de dois anos, após a concessão da honraria. (Da Redação)

Serviço:

55ª Semana do Tropeiro
Mostra gratuita
Até 31/05
De segunda a domingo
Pátio Cianê
Av. Afonso Vergueiro, 823, no Centro