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Cultura

Projeto cria manual gratuito para digitalização de acervos

Instituições de artes e culturais são o público alvo da ação lançada ontem (22)

23 de Fevereiro de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Modelo adotado na Santa Casa da Bahia é um dos pontos de partida para o projeto.
Modelo adotado na Santa Casa da Bahia é um dos pontos de partida para o projeto. (Crédito: DIVULGAÇÃO )

Os responsáveis por instituições de artes e cultura no Brasil, desde ontem (22) têm uma opção eficiente para digitalizar seus acervos de forma autônoma e com baixo custo. Uma parceria entre Goethe-Institut São Paulo, Instituto Moreira Salles (IMS) e Wiki Movimento Brasil criou um manual para facilitar esses processos no chamado projeto Museu Portátil - Edição de Bolso. O público alvo são locais de cultura denominados Glam (galleries, libraries, archives and museums), como galerias de arte, bibliotecas, arquivos culturais e museus.

Com o guia, será possível ter acesso a uma lista de equipamentos necessários, além dos procedimentos para obter fotos de qualidade e para a difusão por plataformas digitais. O guia poderá ser acessado gratuitamente pelo Wikimedia Commons.

O exemplo de duas instituições que participaram do projeto piloto foram apresentados no lançamento de ontem: Santa Casa da Bahia (Centro de Memória Jorge Calmon) e Museu da Capitania de Ilhéus, na Bahia.

A curadoria do projeto é de Carolina Matos, que apresentou ontem, uma live juntamente com Millard Schisler, Joanna Americano Castilho e Wallace Amaral, do IMS, Érica Azzellini, do WMB, Rosana de Souza e Diana Souza, da Santa Casa da Bahia, Vitória Carvalho, do Museu da Capitania de Ilhéus, e Adriane Batata, do WMB - Wiki Loves Bahia. A transmissão foi pelo YouTube das entidades.

Tanto a Santa Casa da Bahia (Centro de Memória Jorge Calmon) como o Museu da Capitania de Ilhéus possuem em seus acervos documentos e peças essenciais para a divulgação de informações sobre a diáspora africana e a escravidão no País, com destaque para os Livros do Banguê, registros de óbito de pessoas escravizadas para liberação dos corpos, enterrados posteriormente no Cemitério do Campo da Pólvora, em Salvador.

O projeto atraiu o interesse do Goethe-Institut São Paulo, que entrou na parceria por acreditar que a digitalização de acervos é fundamental para a preservação da memória e da História de todos os países.

Materiais necessários

Para captura dos conteúdos, bastam um smartphone com uma câmera de boa resolução, acessórios de iluminação, disparo e suporte, como ring light, caixa de luz de led (que funciona como fundo infinito para pequenas peças de acervo), tripé e pulseira disparadora, para evitar mexer no celular na hora de tirar a foto.

Para difusão, o item necessário é ainda mais simples: um computador com acesso à internet para disponibilizar os arquivos em redes gratuitas como a Wikimedia.

Uma equipe do Núcleo Digital do IMS, responsável pela elaboração das instruções de captação e disponibilização de imagens do manual, irá garantir que as fotos das peças tenham qualidade para visualização na rede. Já o Wiki Movimento Brasil foi o responsável pela capacitação para a disponibilização dos dados em suas plataformas.

Questões sobre licença para divulgação dessas imagens nas plataformas da Fundação Wikimedia e outros detalhes também estão no manual gratuito. (Da Redação com Estadão Conteúdo)