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Girls Rock Camp retorna presencialmente

Acampamento musical para meninas faz 10 anos com sede própria. Inscrições para esta edição estão encerradas

11 de Janeiro de 2022 às 02:54
Cruzeiro do Sul [email protected]
Em atividades de socialização, as meninas aprendem a tocar um instrumento musical e fazem parte de uma banda
Em atividades de socialização, as meninas aprendem a tocar um instrumento musical e fazem parte de uma banda (Crédito: DIVULGAÇÃO)

Um lugar onde as meninas descobrem -- ou confirmam -- que podem, sim, independente do gênero, fazer tudo o que quiserem! Assim é o Girls Rock Camp Brasil, o acampamento de férias que promove uma experiência musical divertida e inspiradora, provocando uma verdadeira revolução na vida de campistas e do time de voluntariado que participa do projeto.

A edição comemorativa de 10 anos acontece na semana de 17 a 22 de janeiro, retomando as atividades após a pausa imposta pela pandemia. Neste ano o projeto inaugura a sede do Instituto Girls Rock Camp Brasil. As inscrições para esta edição já estão encerradas. Segundo a organização, o evento irá acontecer seguindo todos os protocolos de segurança contra Covid-19, em versão reduzida.

Durante uma semana de férias, meninas e dissidências de gênero, de 7 a 17 anos, montam uma banda, aprendem a tocar um instrumento -- guitarra, baixo, bateria, teclado ou voz --, compõem uma canção autoral, ensaiam e se apresentam em um show ao vivo para a comunidade. Tudo isso em meio a diversas atividades de socialização, como oficinas de palco e performance, serigrafia, composição musical, yoga, defesa pessoal, democracia e direitos humanos, videoclipe, Fanzine, etc.


Experiência transformadora

Tudo começou em 2003, quando durante uma turnê com sua banda pelos EUA, Flávia Biggs, 42, socióloga e guitarrista, conheceu o “Rock’n Roll Camp for Girls” em Portland, OR. Sentindo o poder transformador dessa experiência, tanto para ela quanto para as crianças que participavam, Flávia retornou ao Brasil disposta a fazer o mesmo por aqui.

Mas o sonho de compartilhar esta experiência ainda parecia distante e quase impossível, pois faltava a estrutura, a equipe e os investimentos. Flávia começou, então, a dar aulas de guitarra para meninas em Sorocaba/SP, na escola em que lecionava, criando a “Oficina de Guitarra para Meninas” em 2005.

Após alguns anos, percebendo o interesse cada vez maior das meninas e também de toda uma rede de mulheres envolvidas com música, impulsionada pelas redes sociais emergentes no Brasil, em 2012, Flávia fez uma convocação para todas interessadas em somar seus esforços e formou-se uma rede de voluntariado do Girls Rock Camp Brasil. A primeira edição, em 2013, contou com 45 voluntárias e atendeu 60 crianças.

De 2013 pra cá o projeto só tem crescido! Em 2015, começou também o Ladies Rock Camp Brasil, com uma proposta de vivência musical voltada às mulheres adultas acima de 21 anos, que acontece durante as férias de julho. A partir de 2016 o Camp também ampliou seu alcance, passando a atender 90 crianças. E tudo isso possibilitado pelo apoio da comunidade, por meio de doações, incentivos e campanhas de financiamento coletivo, bem como pelo trabalho voluntário de uma rede de mulheres e dissidências envolvidas com a música e comprometidas com o empoderamento feminista.

Sede própria

Em 2020, após 7 edições realizadas em espaços emprestados como escolas e sindicatos, o Camp alugou um espaço fixo, um prédio em Sorocaba que foi reformado com a força do voluntariado. O local, batizado de Instituto Cultural Girls Rock Camp Brasil, tem a proposta de abrigar atividades diversas de música, arte, esportes e empoderamento feminista, para toda a comunidade, ao longo de todo o ano. Porém, com a pandemia de Covid-19, as atividades presenciais precisaram ser suspensas antes mesmo de iniciar.

Atualmente, o Camp só consegue manter o projeto e a sede ativos graças à campanha de financiamento coletivo que mantém no catarse - www.catarse.me/campbr, contando com apoios e doações mensais da comunidade que acredita no projeto. Nesses dois anos de distanciamento social, foram desenvolvidas diversas atividades adaptadas para o formato online, como o “Mini Camp em Casa”, “Minha Mãe é Rock’n Roll” e “Março Ativista”, além de oficinas, painéis temáticos, lives musicais e outras ações. Mais informações sobre o projeto podem ser encontradas no https://www.girlsrockcampbrasil.org. (Da Redação)