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Cultura

Corpos da Água Vermelha homenageia João de Camargo

Projeto reúne exposição on-line; exibição de documentários e ciclo de debates

19 de Setembro de 2021 às 00:01
Da Redação [email protected]
Fotos alusivas ao tema do projeto estarão na exposição virtual.
Fotos alusivas ao tema do projeto estarão na exposição virtual. (Crédito: DIVULGAÇÃO)

A exposição “Corpos da Água Vermelha” abrirá para o público no dia 1º de outubro com obras de nove artistas contemporâneos, documentos históricos, ciclo de debates e vídeos documentais. Devido à pandemia de Covid-19, toda a programação acontecerá no meio digital, no site www.corposdaaguavermelha.com.br com acesso gratuito.

A história de João de Camargo, místico fundador da Igreja do Bom Jesus do Bonfim das Águas Vermelhas, é o ponto de partida da pesquisa, que busca uma compreensão sobre a diversidade existente no território de Sorocaba. Nhô João, com sua marcante trajetória de ex-escravizado que se tornou um dos mais importantes líderes religiosos do Brasil no início do século 20, nos ajuda a entender uma parte da história vivida pela cidade e seu potencial cultural latente.

“Da raiz de África, misturada nos santos católicos, nas ervas de caboclos utilizadas para a cura por João de Camargo, temos a cultura caipira, a cultura do interior -- nossa identidade. Portanto, Corpos da Água Vermelha, somos nós, quando silenciamos todos os ruídos da modernidade homogeneizante e encontramos dentro do silêncio, as vozes da terra, das águas, das pedras e de nossos ancestrais”, afirma o pesquisador Allan Yzumizawa, curador da mostra.

A exposição terá registros de obras, propostas artísticas visuais, documentos históricos e vídeos de pesquisa realizados durante a construção do projeto. O conjunto de conteúdos visa estabelecer horizontalmente o passado e o presente, de maneira que estejam conectados e que sua união possa pautar discussões sobre as maneiras de pertencimento dentro da cidade.

O projeto é contemplado pelo Edital Proac “Produção de Exposições Inéditas” realizado pelo Governo do Estado de São Paulo.

Artistas e debates

João de Camargo é o místico fundador da Igreja do Bom Jesus do Bonfim das Águas Vermelhas. - DIVULGAÇÃO
João de Camargo é o místico fundador da Igreja do Bom Jesus do Bonfim das Águas Vermelhas. (crédito: DIVULGAÇÃO)

A mostra terá obras de nove artistas contemporâneos: Ariane Nascimento, Camila Fontenele, Ella Vieira, Flavia Aguilera, Jeff, Junior Terra, Natalie Mess, Pedro Lopes e Vine Ferreira. Devido às condições impostas pela pandemia, todas as obras foram adaptadas para o meio digital.

Temas relacionados à pesquisa do projeto serão discutidos ao longo do mês de outubro em uma programação de sete debates que serão transmitidos ao vivo.

A abertura da exposição, no dia 1º de outubro, terá o primeiro debate da programação, “Sorocaba Preta: respirar, sentir e aquilombar na Igreja de João de Camargo”, com Daia Moura, artista e pesquisadora, que abordará a experiência de estar na Capela do Senhor do Bonfim da Água Vermelha.

Também merece destaque a conversa do dia 19 de outubro, “A história do Tapé Puku Eté (caminho Peabiru)”, apresentada por Luã Apyka, professor e pesquisador tupi-guarani, nativo da aldeia Tabaçu, localizada na Terra Indígena Piaçaguera, no litoral sul de São Paulo. O convidado irá relatar a história do Tapé Puku Eté, caminho também conhecido como Peabiru, que, segundo alguns relatos, liga o litoral paulista até o Peru, e vai falar da importância do caminhar de seus ancestrais para a cultura tupi-guarani.

Todas as conversas da programação serão desdobradas em textos, que, junto aos trabalhos de arte da exposição, comporão um catálogo que será distribuído para as bibliotecas da região.

Mais informações sobre o trabalho podem ser encontradas nas redes sociais em www.instagram.com/corposdaaguavermelha. (Da Redação)

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