Ator
Ícone francês Belmondo ‘descansa’ aos 88 anos
O ator francês Jean-Paul Belmondo, um dos intérpretes mais consagrados do cinema francês, morreu ontem (6) em sua residência de Paris, aos 88 anos, anunciou seu advogado. “Estava muito cansado há bastante tempo. Ele morreu tranquilamente”, disse o advogado Michel Godest. “Bébel” morreu em sua casa.
“Tesouro nacional”, “um rosto e uma insolência inimitáveis”, “uma lenda francesa”(...). As reações foram hiperbólicas para se despedir de uma das últimas referências, junto a Alain Delon e Brigitte Bardot, de uma geração memorável. “Estou completamente arrasado. Vou tentar segurar para não fazer o mesmo em cinco horas ... Não seria ruim se nós dois fossemos juntos. É uma parte da minha vida, começamos juntos há 60 anos”, disse Delon, de 85 anos, à rede CNews.
“Era um tesouro nacional”, “um herói sublime e figura familiar, um temerário incansável e mago da palavra”, tuitou o presidente francês, Emmanuel Macron, que destacou seu papel em “O Magnífico” (1973). Sua fama chegou, no entanto, por meio de Jean-Luc Godard, renomado diretor da Nouvelle Vague, cujas ordens dariam vida a um cativante criminoso no icônico “À Bout de Souffle” (“Acossado”), de 1960).
Belmondo atuou às ordens dos mais reconhecidos diretores da época, como Vittorio de Sica, François Truffaut, Claude Chabrol, Alain Resnais e Claude Lelouch. Mas “Bébel” não ocuparia apenas um papel central na Nouvelle Vague. Ele também deixou a marca de um ator físico, amante de lutas, cultivando uma grande dose de humor, como fez em “Le Cerveau” (“O Cérebro”).
Seu físico de boxeador lhe rendeu sucessos populares em “O Homem do Rio” de Philippe De Broca, “O Profissional” (1981) de Georges Lautner ou “L’as des as”, por Gérard Oury.
A vida amorosa deste sedutor eternamente bronzeado continuou chamando a atenção da imprensa. Após o divórcio de sua segunda esposa, a estrela Natty, teve uma relação com uma ex-modelo belga, de quem se separou em 2012. Belmondo foi pai de quatro filhos: Patricia (falecida tragicamente), Florence, Paul e Stella, quem teve aos 70 anos.
Em 2001, desapareceu completamente das telas de cinema após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC). O Festival de Cannes premiou toda a sua carreira com uma Palma de Honra em 2011 e o Festival de Veneza, com um Leão de Ouro cinco anos depois. (AFP)