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Cultura

Morandi é atração nos 70 anos da Bienal

A 34ª Bienal Internacional de São Paulo foi aberta ontem, no Pavilhão da Bienal, no Ibirapuera, marcando os 70 anos da instituição

05 de Setembro de 2021 às 00:01
Da Redação com Estadão Conteúdo [email protected]
Exposição abriu ontem no Parque do Ibirapuera.
Exposição abriu ontem no Parque do Ibirapuera. (Crédito: DIVULGAÇÃO)

Artista conhecido por sua discrição, hoje um monumento da pintura ruidosamente festejado, o italiano Giorgio Morandi (1890-1964) é o nome principal da 34ª Bienal Internacional de São Paulo, que foi aberta ontem, no Pavilhão da Bienal, no Ibirapuera, marcando os 70 anos da instituição. Avesso a aparições públicas, Morandi teria certamente aprovado a companhia de outros pintores tão solitários e sóbrios como ele nesta Bienal, a começar pela alemã Eleonore Koch (1926-2018), única discípula de Volpi, cujo início de carreira coincidiu com a fase final de Morandi.

Ambos funcionam como dois vetores numa bienal que tem de tudo, da pintura a instalações, passando por performances e uma inusitada experiência conjunta com outras instituições artísticas da cidade, de museus a galerias. Elas integram o projeto de expansão do curador Jacopo Crivelli Visconti que, ao lado dos curadores adjuntos e do presidente da Bienal, José Olympio Pereira, participou da coletiva de imprensa sobre a abertura do evento.

Buscando o diálogo com públicos distintos, os curadores desta edição, chamada “Faz Escuro Mas Eu Canto”, em homenagem ao poeta amazonense Thiago de Mello, foram buscar apoio externo para a realização de mostras conjuntas, convidando os visitantes a encontrar em outros espaços um complemento para as obras exibidas no Pavilhão do Ibirapuera. Assim, a veterana artista Regina Silveira, por exemplo, pode ser vista tanto na Bienal como na retrospectiva promovida ao lado, no Museu de Arte Contemporânea (MAC), que exibe 180 obras suas realizadas nas últimas seis décadas.

É apenas um exemplo do que Crivelli Visconti chamou de arte de resistência num tempo que, segundo ele, justifica o título da Bienal retirado do poema escrito (em 1965) por Thiago de Mello. Dos incêndios da Amazônia a ameaças contra a democracia, passando pela violência contra os povos nativos, tudo isso está, de certo modo, representado nas obras dos 91 artistas desta Bienal, que tem o maior número de indígenas já reunido na mostra internacional.

Inaugurada oficialmente com uma performance e uma exposição individual no dia 8 de fevereiro de 2020, ela foi suspensa por causa da pandemia da Covid-19. Ao longo desses meses de trabalho, rodeados por problemas de toda ordem, os curadores conseguiram reunir um time variado de artistas, entre eles Carmela Gross, de participação histórica em outras edições. (Da Redação com Estadão Conteúdo)