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Cultura

Pandemia impacta no cinema e no streaming

31 de Agosto de 2021 às 00:01
Da Redação com Estadão Conteúdo [email protected]
Estudo quantifica queda das telonas e aumento do on demand.
Estudo quantifica queda das telonas e aumento do on demand. (Crédito: PIXABAY.COM)

É praticamente eufemismo dizer que 2020 foi difícil para todo mundo, sejam as pessoas ou a economia. Para a mídia e o entretenimento, não foi diferente, com uma queda mundial de 3,8% na receita. No Brasil foi ainda pior, com uma diminuição de 6% na renda do setor em relação a 2019. O País perdeu duas posições no ranking mundial, indo de 9º para 11º, segundo dados da 22ª Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia 2021-2025, estudo anual feito pela consultoria PwC com previsões para os próximos cinco anos, feita em 53 países, que engloba 14 seguimentos. Entre eles, internet, publicidade de jornal e revista, TV por assinatura, livros, cinema e vídeo OTT (vídeo de TV ou cinema, que inclui os serviços de streaming) -- no Brasil, os dados que chamam mais a atenção se referem aos dois últimos itens.

O cinema despencou 70,4% em receita. No Brasil, a queda foi mais drástica: -86%. “O mundo da exibição em salas de cinema está esfacelado”, disse ao Estadão Paulo Sérgio Almeida, do Filme B, site de análise e acompanhamento do mercado audiovisual “Mas sou otimista.” Em compensação, o consumo do vídeo OTT explodiu, crescendo 29,4%.

O streaming virou o porto seguro dos fãs de audiovisual que encontraram as salas fechadas durante boa parte dos últimos 17 meses. Habituado a assistir a pelo menos dois filmes por semana nos cinemas antes da pandemia, o blogueiro Diorman Werneck, de 29 anos, não retomou a rotina cinéfila. Primeiro, por continuar se sentindo seguro em casa, onde assistia a seus programas via streaming. Mas, principalmente, por não se sentir mais tão atraído pelas estreias semanais.

“O streaming logo ocupou o horário que antes eu dedicava ao cinema -- fechado em casa, se tornou meu principal passatempo”, disse Werneck. “A decisão de não voltar aos cinemas foi motivada porque vários serviços de streaming começaram a trazer as estreias junto com as salas ou um tempo depois.”

Apesar dos números desanimadores, o estudo da PwC aponta uma perspectiva otimista para o setor de mídia e entretenimento até 2025. No Brasil, a expectativa da pesquisa anterior (de 2020 a 2024) previa um crescimento de 2,5%. De 2021 a 2025, espera-se que o aumento seja de 4,7% -- claro que partindo de um patamar baixo --, mais ou menos seguindo as previsões globais, de 5%. (Da Redação com Estadão Conteúdo)