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Cultura

Biografia de Bolaños, 'Sem Querer Querendo', chega ao Brasil

Lançada em 2006, obra ganha versão brasileira este ano

28 de Agosto de 2021 às 00:01
Da Redação com Estadão Conteúdo [email protected]
Amor pelo Brasil aparece na autobiografia do criador de Chaves e Chapolin.
Amor pelo Brasil aparece na autobiografia do criador de Chaves e Chapolin. (Crédito: MAURICIO DUEÑAS / AFP)

Uma mulher grávida se desesperou ao descobrir que tomou um antigripal sem saber que continha ingrediente abortivo. Diante de seu estado de dor aguda, o médico recomendou que ela aceitasse perder o bebê, mas a moça insistiu em manter a gravidez, mesmo sob o grave risco de morte, o que tornou a gestação um período de grande sofrimento. “Por causa disso, eu nasci em 21 de fevereiro de 1929”, afirma o mexicano Roberto Gómez Bolaños que, anos depois, alcançou grande sucesso nas séries de “TV Chaves” e “Chapolin”.

A frase consta logo no início de “Sem Querer Querendo”, autobiografia lançada em 2006 e que só agora ganha versão em português, lançada pela editora Estética Torta. Com um texto bem-humorado, mas temperado por algumas alfinetadas em certas personalidades, o livro mostra que ele o autor chegou a estudar engenharia mas deixou o curso por achar entendiante e foi trabalhar com publicidade.

Aos 22 anos, portanto, Bolaños começou a escrever freneticamente roteiros para programas de rádio, televisão e cinema - até ensaiou uma primeira carreira como ator no final dos anos 1950. Foi nessa época que ganhou o apelido de Chespirito, forma elogiosa nascida da admiração do cineasta Agustín Porfirio Delgado, que o chamava de ‘pequeno Shakespeare‘, brincadeira por escrever muito apesar da pequena estatura: em espanhol, grafa-se ‘Shakespearito‘, cuja pronúncia, “Chekspirito”, resultou em “Chespirito”.

Chaves e Chapolin estrearam no Brasil pelo SBT, em 1984, com alguns anos de atraso em relação a outros países. Na época, as duas séries já não existiam mais como programas independentes. “Era o início de uma jornada de mais de 35 anos das obras de Chespirito no Brasil”, observa o coletivo Fórum Chaves, site de fãs do programa, que assina a introdução do livro. “Nesse período, os seriados se tornaram parte do imaginário do público brasileiro, que se diverte até hoje com aqueles personagens - e com nomes próprios ao nosso português: Chaves (El Chavo), Quico, Seu Madruga (Don Ramón), Chiquinha (Chilindrina), Dona Florinda, Chapolin Colorado (El Chapulín Colorado), Racha Cuca (Rascabuches), Quase Nada (Cuajinais), entre tantos outros.‘

Roberto Gómez Bolaños morreu em 28 de novembro de 2014, aos 85 anos, vítima de uma parada cardíaca, em sua casa, em Cancún. Dois dias antes, ele escreveu no Twitter para a fã Maria do Carmo: “Todo o meu amor para o Brasil”. (Da Redação com Estadão Conteúdo)