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Cultura

Exposição ‘Revolução pelo afeto’ está em cartaz por tour virtual

06 de Julho de 2021 às 00:01
Da Redação [email protected]
Trabalhos de pacientes da psiquiatra Nise da Silveira fazem parte da exposição.
Trabalhos de pacientes da psiquiatra Nise da Silveira fazem parte da exposição. (Crédito: DIVULGAÇÃO)

A exposição “Nise da Silveira -- A Revolução pelo Afeto”, com 90 obras de ex-pacientes da psiquiatra, pode ser vista por meio de uma galeria virtual em 3D no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) Rio de Janeiro. As obras fazem parte do Museu de Imagens do Inconsciente, assim como as peças de arte contemporânea. A exposição poderá ser vista até o dia 16 de agosto.

As visitas presenciais, que começaram em junho, são diárias, exceto às terças-feiras, e acontecem no horário de 9h às 18h, com agendamento gratuito on-line pelo site de venda de ingresso para eventos.

A médica psiquiatra alagoana foi a única mulher a se formar em uma turma com mais de 150 homens. Nise da Silveira ficou mundialmente conhecida pela ideia vanguardista de usar o afeto como metodologia científica no tratamento de pessoas com problemas psíquicos.

O curador e produtor da mostra, Diogo Rezende, disse que procurou estabelecer um diálogo entre a narrativa da exposição e a seleção de artistas do Museu de Imagens do Inconsciente e trabalhos de arte contemporânea, que são pontuados em momentos específicos.

“A exposição tem três grandes núcleos. A gente começa na sala de Contexto, Dor e Afeto; depois passa pela sala mais biográfica, denominada Atelier, que é o espaço de pesquisa e trabalho da Nise; e no terceiro ambiente, a gente usa a metáfora do engenho de dentro como o inconsciente”, disse Rezende.

Contraponto

No terceiro núcleo, o público poderá conhecer um pouco da relação da psiquiatra Nise da Silveira com seu professor Carl Gustav Jung, suas pesquisas sobre o inconsciente e sobre o território e o significado da expressão engenho. Para fazer um contraponto com o período da monocultura do açúcar, na era colonial, o curador trouxe um trabalho contemporâneo de Tiago Sant’ Ana. “É um trabalho de performance, dentro de fazendas abandonadas do Recôncavo da Bahia. A gente traz esse trabalho como um recorte, para falar um pouco do território do Engenho de Dentro, bairro da zona norte do Rio”.

Segundo explicou Diogo Rezende, a passagem dos 22 anos de morte de Nise da Silveira este ano foi o principal estímulo para propor o projeto da mostra. O Museu de Imagens do Inconsciente ajudou a construir o projeto, explicou o curador.

Museu

Localizado no bairro do Engenho de Dentro, subúrbio carioca, o Museu de Imagens do Inconsciente foi criado por Nise em 1952, com o objetivo de reunir os trabalhos produzidos pelos seus pacientes nos estúdios de modelagem e pintura, revelando de forma profunda tudo o que se passava no universo interior deles. O museu tem um acervo de 400 mil trabalhos variados, registrados como patrimônio.

A exposição “Nise da Silveira -- A Revolução pelo Afeto” é patrocinada pelo Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. (Da Redação com Agência Brasil)