São Paulo
MAM e MAC, juntos, recebem ‘Zona da Mata’
Inaugurado em 1949, o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP) nasceu tendo como modelo o Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) -- e eles foram, de fato, parceiros desde o processo embrionário do museu brasileiro. Mas, em 1962, a coleção do MAM foi doada à Universidade de São Paulo, que criou o Museu de Arte Contemporânea para abrigar o precioso acervo. Inaugurado em 1963, o MAC virou o primo rico e o MAM, o pobre. Foram anos de separação. Mas, hoje, 19, tudo muda. Em sua segunda parceria, MAM e MAC inauguram a exposição “Zona da Mata”, fortalecendo o vínculo destes dois museus com uma história estreitamente ligada à Bienal Internacional de São Paulo -- da qual, aliás, ambos são vizinhos.
Eles são unidos por uma passarela sobre a avenida Pedro Álvares Cabral que, tanto a diretora do MAC, Ana Magalhães, como o curador-chefe do MAM, Cauê Alves, esperam que seja mais usada a partir de agora pelos visitantes dos museus do Ibirapuera. A sonhada integração pode começar com a mostra “Zona da Mata”. Com curadoria de ambos, mais a colaboração da curadora Marta Bogéa, é uma exposição que conta com obras de fotógrafos como a veterana Claudia Andujar, artistas como Guto Lacaz e Marcus Galan, e arquitetos como Gustavo Utrabo.
O conceito da exposição faz referência à questão simbólica da colonização que deu início ao processo de extinção da Mata Atlântica -- daí a presença de arquitetos na mostra, que operam nos limites da transformação da paisagem sem que isso resulte em mais destruição. Uma das primeiras regiões ocupadas pelo colonizador estrangeiro, a “Zona da Mata” virou o motor de propulsão da economia mercantil do Brasil no século 16, a um custo alto para a ecologia. A urbanização e o crescimento demográfico responderam pelo resto do desastre.
‘É uma exposição sobre como enfrentar o problema da devastação ambiental que hoje atinge o País inteiro, ameaçando as populações indígenas‘, define a diretora do MAC, museu agora empenhado num projeto curatorial a longo prazo, que prevê a associação com outras instituições (inclusive internacionais) para dedicar seus três próximos anos a temas como a arte indígena (em 2022), a herança africana (em 2023) e as migrações (em 2024). (Da Redação com Estadão Conteúdo)