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Cultura

Rodrigo Monteiro ocupará cadeira na ASL

Advogado e professor ocupará a cadeira 26 da academia, que tem o abolicionista Joaquim Nabuco como patrono

15 de Junho de 2021 às 00:01
Da Redação [email protected]
Eleição de Rodrigo Gomes Monteiro aconteceu no último sábado.
Eleição de Rodrigo Gomes Monteiro aconteceu no último sábado. (Crédito: DIVULGAÇÃO)

O advogado Rodrigo Gomes Monteiro foi eleito pela Academia Sorocabana de Letras (ASL) para ocupar a cadeira 26, cujo patrono é Joaquim Nabuco. A eleição ocorreu durante reunião virtual, realizada no sábado passado, 12 de junho.

Nascido em Votorantim, Rodrigo tem 42 anos e é formado em Direito pela Universidade de Sorocaba (Uniso). Exerce a advocacia há 20 anos, tendo sido professor de Direito Penal, Prática jurídica penal e Direito eleitoral nos cursos de Direito da Unip e Uniso. É administrador judicial, auxiliando o Poder Judiciário na administração de bens sequestrados em processos judiciais relacionados à lavagem de dinheiro. Especialista em Direito Penal pela Escola Paulista da Magistratura, também atua no campo do Direito Eleitoral. Em 7 de fevereiro de 2019, recebeu a Comenda Referencial de Ética e Cidadania da Câmara Municipal de Sorocaba. Atualmente ocupa o cargo de 2º Secretário da Fundação Cultural Cruzeiro do Sul, mantenedora da Cruzeiro FM 92,3. “Fazer parte da Academia Sorocaba de Letras, que tem a minha idade, é motivo de muita honra. Ocupar a cadeira Joaquim Nabuco, que foi advogado, esteve ao lado da princesa Isabel quando da assinatura da Lei Áurea em 1888, e ao lado de Machado de Assis entre os fundadores da Academia Brasileira de Letras, atrai imensa responsabilidade e que procurarei retribuir à Academia e à sociedade sorocabanas”, afirma.

Conforme Rodrigo, há uma afinidade entre seus ideais e de Joaquim Nabuco. “Ele era abolicionista, e essa é uma ideia que se preserva até hoje. O Joaquim Nabuco foi uma pessoa marcante na história do nosso País, usou o conhecimento em prol dos desvalidos. Há ainda muito preconceito que a gente precisa romper. O escravo de hoje é outro, então precisamos sempre de abolicionistas que se preocupem com as minorias.”

Outro ponto de identificação com o patrono da cadeira é o fato de Rodrigo ser membro da Loja Maçônica Perseverança III, que teve como ideal o abolicionismo. Além disso, Rodrigo também tem uma sólida formação cultural. “Tenho ligação familiar com a cultura de Sorocaba e fui criado nesse ambiente. Meu avô Walter Gomes foi uma pessoa que se dedicou à área de rádio na cidade. Ele trabalhou em diversas emissoras e foi quem montou a parte técnica da Cruzeiro FM. Já o meu tio, Luiz Fernando Gomes, também é membro da Academia Sorocabana de Letras. Ele é autor do livro ‘Benecleto: Causo do Leôncio e outros causos’, e ajudei nesse trabalho. Aliás meu tio é um artista, ele desenha, faz esculturas em caixas de fósforo... Também é dos precursores do ensino EaD no País... É um motivo de muita honra estar ao lado dele na Academia.”

Poeta e historiador

Joaquim Nabuco, patrono da cadeira. - DIVULGAÇÃO
Joaquim Nabuco, patrono da cadeira. (crédito: DIVULGAÇÃO)

De acordo com a Academia Sorocabana de Letras, a Cadeira Joaquim Nabuco foi instituída aqui na cidade pelo escritor pernambucano Rangel Bandeira, poeta da Geração de 45, que militou no jornalismo de São Paulo e do Rio de Janeiro, bem como no ensino de comunicação, na Faculdade Cásper Libero.

Joaquim Nabuco foi um político, diplomata, historiador, jurista, poeta e jornalista brasileiro formado pela Faculdade de Direito do Recife. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Na data de seu nascimento, 19 de agosto, comemora-se o Dia Nacional do Historiador. Tornou-se bacharel em Letras no ano de 1865. Ainda nessa época ele começou a trocar cartas com um amigo que teria até perto do fim de sua vida, Machado de Assis. Correspondências essas que acabaram sendo publicadas. Em 1866 começou seus estudos em Direito na Faculdade de Direito de São Paulo, período que fez amizade com o poeta Castro Alves.

Joaquim Nabuco se opôs à escravidão, contra a qual lutou tanto por meio de suas atividades políticas e quanto de seus escritos. Em 1908 recebeu o grau de doutor honoris causa em Letras pela Universidade Yale.

Sócio correspondente

Na reunião de sábado passado, a Academia Sorocabana de Letras ainda elegeu Wendel Xavier de Souza, pesquisador do tropeirismo em Mato Grosso, somo sócio correspondente em Guaratinga, no norte daquele Estado. Os membros também decidiram, por proposta do acadêmico Nilo Bairros de Brum, realizar um evento destinado a estudar a figura do monge de Ipanema, que viveu durante um certo período numa gruta no morro do Araçoiaba. O monge é venerado hoje como Santo popular no sul do Brasil. (Da Redação)

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