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Literatura

"Três Vidas", uma história que vale a pena conhecer

Amedeo, um italiano que enfrentou guerras e desafios até conseguir se estabelecer no Brasil com sua família

04 de Maio de 2021 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
O jovem Amedeo, enquanto ainda morava em orfanato
O jovem Amedeo, enquanto ainda morava em orfanato (Crédito: Reprodução)

A vida de Amedeo Alleone é uma história que merece ser contada. Foi por isso que o advogado Celso de Faria Monteiro, mesmo sem conhecer esse italiano nascido na Alemanha, que desembarcou no Brasil em 1950, resolveu registrar sua trajetória em “Três Vidas”.

Amedeo chegou sozinho ao Brasil, a família veio depois mas, antes de pisar em solo brasileiro, já acumulava muitas histórias.

Órfão, ele enfrentou regimes extremistas, a guerra, a fome e a doença. Vir para o Brasil em busca de novas oportunidades foi uma decisão tomada para fugir das incertezas enfrentadas na cidade de Domodossola, uma comuna (cidade) italiana da região do Piemonte, norte da Itália.

Amedeo perdeu os pais ainda pequeno. A mãe, Maria, morreu durante o nascimento do quarto filho, que também não resistiu ao parto difícil. O pai, junto com a filha mais velha, voltou à Itália em busca de um emprego e do amparo familiar para cuidar dos três filhos.

Os anos que se passavam eram subsequentes à primeira Guerra Mundial. Os dois filhos mais novos ficaram com um casal vizinho, mas nunca mais viram o pai, que morreu em um acidente ferroviário quando voltava para buscá-los na Alemanha.

Sem notícias, as crianças foram enviadas a um orfanato alemão e, por conta da crise econômica do pós-guerra, enviadas de volta à Itália, país de origem de seus pais. Na viagem, porém, os irmãos são separados e Amedeo se vê sozinho.

A saga do jovem começa com a ajuda de um professor e marca a busca pelas duas irmãs, únicas familiares que acreditava ter.

Em “Três Vidas”, o leitor também vai conhecer Silvia, a esposa dedicada, com quem se casou em 1943; e saber um pouco da cidade de Domodossola, para onde o personagem principal se muda em busca do primeiro emprego como técnico em elétrica.

O pano de fundo é o conturbado cenário europeu entre as duas grandes guerras e Amedeo acaba por se envolver com um movimento rebelde contra o fascismo italiano, os partigiani.

Após a segunda Guerra Mundial, cansado das incertezas de Domodossola, Amedeo veio primeiro para o Brasil, o ano era 1950 e ele ficou na casa de familiares da esposa.

Desembarcou no porto de Santos decidido a trabalhar duro e, caso fosse bem sucedido, mandaria a passagem para a viagem da esposa e das filhas. Assim o fez e logo a família inteira estava em solo brasileiro largando para trás o quase nada deixado pela guerra.

Aqui viveu a terceira parte de sua vida que, não coincidentemente, é contada na parte 3 do livro. A narrativa segue até a sua morte, em 1971.


O autor

Celso de Faria Monteiro, autor do livro, nasceu em São Paulo, em dezembro de 1970. Cresceu em Sorocaba e depois voltou para a Capital, onde se formou em Direito pela Faculdade do Largo São Francisco, da Universidade de São Paulo e onde também vive e advoga atualmente. Não conheceu Amedeo pessoalmente, mas é casado com Luciana, uma de suas netas, e pai de dois de seus bisnetos.

Mais informações sobre a obra e fotos que ilustram a história podem ser vistas na página da obra no Facebook.

O livro é uma produção independente e está à venda no site da Amazon. O exemplar impresso custa R$ 65, já a versão e-book sai por R$ 29. (Carolina Santana)

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