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Diversidade

Hollywood tem ano recorde em diversidade em meio à pandemia, diz relatório

Mas autores alertam que esses avanços podem ser o resultado das estreias adiadas

22 de Abril de 2021 às 16:32
AFP
Cerimônia de abertura do 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, no Cine Brasília. Crédito da foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil (15/12/2020)
Cerimônia de abertura do 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, no Cine Brasília. Crédito da foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil (15/12/2020) (Crédito: Cerimônia de abertura do 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, no Cine Brasília. Crédito da foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil (15/12/2020))

Mulheres e minorias foram representadas proporcionalmente em Hollywood pela primeira vez no ano passado em um "momento decisivo para a diversidade", apontou um relatório divulgado nesta quinta-feira (22).

Mas seus autores alertaram que esses "grandes avanços" podem ser o resultado de um ano anômalo em que grandes estreias nos cinemas foram adiadas devido à pandemia, de forma que filmes de baixo orçamento lançados no streaming com elenco e equipe mais diversos ganharam mais relevância.

Darnell Hunt, coautor do Hollywood Diversity Report, disse que foi "animador ver os números disparando esse ano na frente das câmeras" para mulheres e pessoas que fazem parte de grupos minoritários.

Atores não brancos interpretaram quase 40% dos protagonistas nos principais filmes, uma proporção bem semelhante à da população dos Estados Unidos, em contraste com apenas 10,5% uma década atrás.

"As pessoas negras e as mulheres fizeram enormes avanços entre os protagonistas das produções desde o último relatório, consolidando 2020 como um momento decisivo para a diversidade neste importante âmbito de trabalho", afirmou o relatório.

Com quase 48%, os papéis principais femininos ficaram apenas um pouco abaixo da representação proporcional. No entanto, filmes estrelando mulheres e pessoas não brancas tendiam a ter orçamentos mais baixos em 2020 do que aqueles com protagonistas homens e brancos, descobriu o estudo.

Com os cinemas fechados durante grande parte do ano passado, o consumo de filmes se deslocou drasticamente dos multiplexes e cinemas de arte para as plataformas de streaming.

O relatório anual considera 185 filmes principais, selecionados por bilheteria e classificações em plataformas de streaming, e adverte que muitos filmes diversos e de baixo orçamento lançados online no ano passado não teriam se destacado tanto em outros anos.

Enquanto isso, filmes com diretores de minorias étnicas "costumam ter orçamentos menores do que os dirigidos por homens e pessoas brancas", disse Ana-Christina Ramon, coautora do relatório da Universidade da Califórnia, em Los Angeles.

"Há uma clara falta de investimento em filmes feitos, escritos e protagonizados por mulheres e 'pessoas de cor'", acrescentou. O relatório chega a três dias da cerimônia do Oscar, que estabeleceu recordes de diversidade entre os indicados.

No ano passado, Cynthia Erivo foi a única atriz não branca entre 20 indicações (nas categorias de ator, atriz, ator coadjuvante e atriz coadjuvante). Já este ano, o falecido Chadwick Boseman ("A Voz Suprema do Blues"), o britânico Daniel Kaluuya ("Judas e o Messias Negro") e o coreano Youn Yuh-Jung ("Minari") são os favoritos para os prêmios de atuação. E Chloe Zhao ("Nomadland"), nascida em Pequim, é a grande favorita à estatueta de melhor diretor.