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Museus de Sorocaba funcionam sem AVCB

05 de Setembro de 2018 às 07:07

Museus sofrem com falta de AVCB e recursos O Museu Histórico Sorocabano abriga centenas de peças e sua fachada já apresenta sinais de danos. Crédito da foto: Erick Pinheiro

Os prédios que abrigam o Museu Histórico Sorocabano e o Museu da Estrada de Ferro Sorocabana, ambos administrados pela Prefeitura de Sorocaba, por meio da Secretaria da Cultura e Turismo (Secultur), funcionam atualmente sem laudo de vistoria do Corpo de Bombeiros e não têm dotação orçamentária para preservação. A pasta afirma que está pleiteando a inclusão, na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2019, de um orçamento de R$ 75 mil para a preservação do acervo dos museus e R$ 100 mil para a revitalização e restauração dos prédios. Quanto ao laudo de vistoria, a administração municipal diz que o projeto de adequação depende da liberação de recursos financeiros provenientes de um convênio com o governo federal.

Localizado em uma área anexa ao Parque Zoológico Municipal Quinzinho de Barros, na Vila Hortência, o Museu Histórico Sorocabano abriga uma exposição de longa duração, com centenas de peças, que traça um recorte cronológico desde a arqueologia pré-histórica até peças da industrialização da cidade, passando por artefatos indígenas e bandeirantes e do ciclo do tropeirismo. Já o Museu da Estrada de Ferro Sorocabana, situado no Jardim Maylasky, em frente à antiga Estação Ferroviária, reúne acervo com fotografias e peças que preservam a memória do trem e dos trabalhadores da ferrovia em Sorocaba.

Museus sofrem com falta de AVCB e recursos O Museu da Estrada de Ferro Sorocabana está com a fachada, aparentemente, melhor preservada, mas também precisa de reparos. Crédito da foto: Erick Pinheiro

A informação de que os dois museus não possuem o chamado Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) consta em consulta pública ao sistema “Via Fácil Bombeiros” e foi confirmada pelo Gabinete do Comandante Seção de Comunicação do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo. A situação dos imóveis, bem como a preocupação com possíveis acidentes, despertou a atenção de frequentadores e leitores do Cruzeiro do Sul, após a noite do último domingo (3), quando um incêndio destruiu o Museu Nacional, no Rio de Janeiro.

Convênios

De acordo com a Secretaria de Planejamento e Projetos (Seplan), existe um convênio com o Ministério da Cultura para execução do projeto de combate a incêndios dos dois museus e ainda do Casarão de Brigadeiro Tobias e da Casa do Turista -- que também estão com laudos pendentes. O projeto também inclui restauro e adaptações de acessibilidade. “Neste momento está sendo elaborada planilha orçamentária e ajustes necessários para aprovação da Caixa Econômica Federal (CEF).” O valor estimado do convênio, segundo a pasta, é de pouco mais de R$ 1 milhão, sendo R$ 750 mil do governo federal e contrapartida de R$ 300 mil do município. A Prefeitura diz que após aprovação e liberação da CEF terá início o processo licitatório para contratação de empresa responsável pelo serviço.

Museus sofrem com falta de AVCB e recursos Dentre as peças de acervo de Sorocaba, muitas preservam a memória do trem e dos trabalhadores da ferrovia. Crédito da foto: Erick Pinheiro

Um outro projeto de convênio, que pleiteia R$ 417 mil para a restauração do Museu Histórico Sorocabano, do Museu da Estrada de Ferro Sorocabana, do Casarão de Brigadeiro Tobias e da Casa do Turista foi enviado ao governo federal no início deste ano, mas aguarda também aguarda liberação da CEF. Segundo a Secultur, todos os projetos foram feitos e já aprovados pelo Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico, Turístico e Paisagístico de Sorocaba (CMDP), que pontuou as principais necessidades de cada prédio.

Sem desabar

Segundo a Secultur, o estado de conservação dos imóveis “é regular” e “não há nenhum problema estrutural e não há risco de desabamento, por exemplo”. A pasta admite, no entanto, que os prédios precisam passar por manutenção na fachada e no telhado. Questionada se os museus possuem brigadistas ou vigias 24 horas por dia, a Secultur limitou-se a informar que, além de serem equipados com alarmes, “há extintores de incêndio e a manutenção desses equipamentos é realizada de forma permanente”.

Apesar de admitir que atualmente não há uma dotação orçamentária para a preservação dos museus -- o que está sendo pleiteando pela Secultur na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2019 --, a Prefeitura assinala que as pequenas manutenções, como pintura, troca de vidros e lâmpadas, quando necessárias, são feitas pela Secretaria de Conservação, Serviços Públicos e Obras (Serpo).

Situação é antiga

Entre dezembro de 2017 e fevereiro de 2018, o Mais Cruzeiro produziu a série “Espaços de Memória”, com reportagens sobre os patrimônios históricos de Sorocaba. Na ocasião, ao abordar o Museu Histórico Sorocabano, uma representante da Secultur informou que esperava há um ano a liberação da verba de R$ 580 mil do governo federal para sua modernização e revitalização, fruto de um convênio celebrado com o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). Por meio de nota, a Prefeitura diz que “a verba está sendo liberada conforme o cronograma”. O projeto prevê investimentos em mobiliários, instalação de uma recepção, sinalização visual inclusiva e equipamentos de climatização.

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