Mostra reúne registros de expedição pelo Brasil
Os naturalistas alemães Carl Friedrich Philipp von Martius e Johann Baptist von Spix viajaram pelo Brasil por três anos e registraram a fauna e a flora encontrados. Crédito da foto: Divulgação
Uma incrível expedição de dez mil quilômetros pelo interior Brasil, realizada no século 19 por dois naturalistas alemães, é relembrada na exposição “200 anos da viagem de Spix & Martius”, que será aberta nesta terça-feira (3), às 19h30, no Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba (IHGGS), em comemoração aos 66 anos de fundação da entidade. A mostra, com entrada gratuita, fica em cartaz até o dia 31 e pode ser vista de segunda a sexta, das 8h às 17h.
Realizada em parceria entre o IHGGS, o Instituto Martius-Staden e a Prefeitura de Sorocaba, a exposição reúne 21 painéis com textos e imagens coloridas, que apresentam detalhes sobre o Brasil do século 19. Eles destacam a impressionante viagem dos naturalistas alemães Carl Friedrich Philipp von Martius e Johann Baptist von Spix pelo território brasileiro, descobrindo e catalogando centenas de espécies da fauna e da flora brasileira.
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A exposição em Sorocaba é uma itinerância da mostra “Viagem de Spix e Martius pelo Brasil”, que foi aberta em março do ano passado na Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM) da USP, com curadoria do professor Willi Bolle, docente da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, e da historiadora Karen Macknow Lisboa. Os curadores compuseram os banners a partir da reprodução de livros e registros dos expedicionários, acompanhados de fotos feitas por Willi Bolle e pelo diretor do Instituto Martius-Staden, Eckhard Kupfer, em viagens recentes, em que refizeram parte do caminho percorrido pelos dois exploradores alemães.
Três anos
A dupla de pesquisadores Johann Baptist von Spix (1781-1826), doutor em Medicina, e Carl Friedrich Philipp von Martius (1794-1868), médico, botânico e naturalista, desembarcou no Rio de Janeiro em 1817, integrando o grupo de estudiosos que acompanhavam D. Leopoldina, que se tornaria esposa do futuro Dom Pedro I. Os alemães iniciaram uma viagem de três anos que contornava o Brasil, desbravando seu interior e litoral, a fim de estudar as várias faces da nova nação.
Seguindo a corrente ideológica naturalista, o Brasil era um paraíso aos olhos dos dois exploradores, que viam um vasto universo para categorizar em nosso território. A dupla desejava classificar o mundo natural, criar coleções e fazer descobertas. Durante a viagem, catalogaram 6,5 mil espécies vegetais e criaram um herbário de 20 mil exemplares prensados e centenas de espécies vivas. Entre a fauna, classificaram 85 espécies de mamíferos, 350 de aves, 116 de peixes, 2,7 mil de insetos, 50 de aracnídeos e 50 de crustáceos, além de minerais e fósseis.
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Começando pelo Rio de Janeiro, Spix e Martius notaram a miscigenação de raças e os ares europeus que a nova cidade tinha. Partindo da antiga capital brasileira, rumaram para um mergulho no Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, antigo nome do País. Passaram nove dias em São Paulo. Depois seguiram para Ouro Preto, Distrito Diamantino, sertão de Minas Gerais, Salvador, sertão nordestino, Belém e Amazônia, conhecendo Manaus e o caminho do rio Negro e Japurá. (Da Redação, com informações do Jornal da USP).