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Luciano Candisani apresenta ‘Mulheres do Mar’ no MIS

15 de Setembro de 2019 às 00:01

Luciano Candisani apresenta ‘Mulheres do Mar’ no MIS As haenyeo mantêm vivos costumes surgidos há quatro séculos, quando as mulheres precisaram se lançar ao fundo do mar pela sobrevivência. Crédito da foto: Luciano Candisani / Divulgação

O fotógrafo brasileiro Luciano Candisani, que já percorreu todos os oceanos para documentar as populações tradicionais ligadas ao mar, acaba de concluir seu maior projeto no tema. Ele passou 35 dias imerso na secular cultura das haenyeo, as mulheres do mar da Ilha de Jeju, na Coreia do Sul. São senhoras, de 65 a 92 anos de idade, que mergulham só com o ar dos pulmões a até dez metros de profundidade, onde permanecem por dois minutos em busca de polvos, peixes, conchas e outros frutos do mar.

Mais do que extrativistas, as haenyeo mantêm vivos costumes surgidos na Ilha de Jeju há quatro séculos, quando uma conjuntura sociopolítica provocou o êxodo dos homens e levou as mulheres a se lançarem ao fundo do mar pela sobrevivência. Elas foram em busca do sustento de suas famílias sem suspeitar que fundariam uma tradição cultural coesa, hoje incluída na lista da Unesco de patrimônios culturais intangíveis da humanidade e celebrada em todo o mundo pelos valores universais que carrega: sustentabilidade, pertencimento e força da mulher.

“Essa é uma história sobre a força peculiar das mulheres e vem carregada de lições importantes sobre temas universais como a passagem do tempo, o pertencimento e a ligação com o ambiente do qual nossa sobrevivência depende”, destaca Candisani.

O conjunto das imagens, captadas depois de duas viagens à ilha, aparecem juntas pela primeira vez em exposição e livro, ambos produzidos pela Editora Vento Leste. A primeira mostra, “Haenyeo, Mulheres do Mar” está no Museu da Imagem e do Som (MIS), na capital paulista, onde permanece até dia 13 de outubro. “Passei incontáveis horas no mar ao lado de mergulhadoras como Song keum yeon, 75, e Kim bok sil, 89. Elas parecem frágeis demais diante da energia das ondas e da dureza das suas tarefas, mas desempenham tudo com maestria. Percebi que a força delas não está na juventude ou nos músculos, está na sabedoria”, conclui Candisani.

Já para a produção do livro “Haenyeo: Mulheres do Mar”, a seleção de imagens e escolhas página a página foram feitas a muitas mãos. Heloisa Vasconcellos assina a coordenação editorial, Ciro Girard, o projeto gráfico, e Mônica Schalka, a edição final. Além de participar de todo o processo, Luciano Candisani é o autor de todos os textos que costuram a narrativa.

O Museu da Imagem e do Som fica na avenida Europa, 158, no Jd. Europa, em São Paulo. A exposição pode ser vista de terça a sábado, das 10h às 20h, e aos domingos e feriados das 10h às 18h. Os ingressos custam R$ 10 (meia) e R$ 20 (inteira). Às terças-feiras a entrada é gratuita. (Da Redação)