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‘Justa’, da Companhia Odeon, discute ética e corrupção no Sesc

13 de Outubro de 2018 às 07:46

‘Justa’, da Companhia Odeon, discute ética e corrupção no Sesc Na definição da companhia, “‘Justa’ é uma tentativa de criar uma alegoria cênica do esgotamento ético”. Crédito da foto: Divulgação

O assassinato de um político brasileiro desencadeia uma trama repleta de suspense na peça teatral “Justa”, da companhia Odeon, que será encenada hoje no teatro do Sesc.

Com texto de Newton Moreno e direção de Carlos Gradim, o espetáculo é definido pelo grupo como uma “peça-manifesto” e leva ao palco confrontos entre violência e ética e ressalta a importância de “encontrar um meio de exterminar os valores da velha política para começar um novo projeto de nação”. Por meio da investigação desses crimes contra os políticos, um oficial justiceiro vai encontrar um amor improvável e deparar com uma recorrente pergunta: existe alguém não corruptível neste País? Em material de divulgação, a companhia Odeon afirma que o espetáculo reflete o momento vivenciado no Brasil. Para eles, “Justa” é uma tentativa de criar uma alegoria cênica do esgotamento ético que estamos mergulhados”, dizem.

A peça marca os 20 anos de trajetória da Odeon Companhia Teatral e tem no elenco Yara de Novaes (ganhadora do Prêmio Shell de melhor atriz em 2017 pelo espetáculo “Love, Love, Love”) e Rodolfo Vaz (Prêmio Shell de melhor ator em 2007 pela peça “Salmo 91”). Com um clima investigativo típico do cinema Nnoir, a peça está recheada de metáforas que apontam para o reencantamento do povo pela justiça.

O trabalho foi idealizado por Gradim, que convidou Moreno para escrever um texto sobre a vida e a intimidade das prostitutas. Depois de discutir o esgotamento ético do Brasil atual e as mazelas sociais da população, eles criaram uma espécie de crônica política dos nossos tempos. Na trama, um investigador trabalha com crimes contra políticos corruptos brasileiros e tenta encontrar algum cidadão ético e incorruptível. Nesse caminho, o autor colheu o depoimentos de várias prostitutas, todas interpretadas por Yara de Novaes, que constituem em alegorias para o povo brasileiro. Uma delas é Justa, uma mulher ética no trabalho, na vida e no relacionamento com os clientes. “A realidade do Brasil vem através dos discursos da vida dessas mulheres, do que as levou até ali, das injustiças e desigualdades sociais que sofrem”, disse Newton Moreno.

Serviço

“Justa” -- com Odeon Companhia Teatral

Hoje, às 20h

Sesc Sorocaba (rua Barão de Piratininga, 555, Jardim Faculdade)

Ingressos -- disponíveis até o fechamento desta edição -- R$ 5 (credenciados no Sesc) , R$ 17 (inteira) e R$ 8,50 (meia).

Classificação indicativa 18 anos