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Festival de Cinema de Itu começa nesta quarta (05)

04 de Dezembro de 2018 às 08:10

Festival de Cinema de Itu começa amanhã O Teatro NósMesmos sediará as exibições da mostra competitiva e a cerimônia de premiação. Crédito da foto: Fernando Henrique. EFE / Divulgação

Considerado um dos maiores eventos de audiovisual da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), o 6º Festival de Cinema de Itu começa nesta quarta-feira (05), com homenagem ao cineasta Maurice Capovilla, e prossegue até sábado com mostra competitiva com 65 curtas-metragens selecionados.

Promovido pela Prefeitura de Itu, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, e pela empresa Cinema Mundo Produções, o festival tem sua abertura oficial marcada para 19h, no Auditório da Prefeitura da Estância Turística de Itu, com exibição do longa “Nervos de aço”, de Capovilla. O auditório fica na avenida Itu 400 Anos, 111, Novo Centro.

Já a mostra competitiva ocorre quinta-feira, dia 6, e sexta-feira, dia 7, das 14h às 23h30, no Teatro NósMesmos (avenida Prudente de Moraes, 210, Vila Nova). A entrada é gratuita, sujeita a lotação da casa. A relação completa dos curtas selecionados pode ser consultada no site www.cinemamundo.com.br.

A cerimônia de premiação ocorre no sábado, dia 8, às 20h, no Teatro NósMesmos, e contará com exibição de três curtas dirigidos por membros do júri: “Viagem pelo interior paulista”, de Sergio Santeiro; “O discurso da imagem”, de Luiz Rosemberg Filho e “Cartas de Ourinhos”, de Joel Yamaji.

Ainda no sábado, às 10h30, haverá a palestra intitulada “Crítica de cinema no mundo digital”, com o jornalista Sérgio Alpendre, crítico de cinema da Folha de S.Paulo. Esta é a única atividade paga e custa R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia). Às 14h, ocorre a mostra “Hors Concours”. Às 16h, tem a roda de conversa “O Cinema é a Aldeia” com Lilian Solá Santiago, Fernanda Cobo, Cristina Amaral, Sergio Santeiro, Luiz Rosemberg Filho e Joel Yamaji e realizadores presentes.

A aldeia na tela

Com curadoria de Renata Saraceni, o evento -- que retorna ao calendário cultural de Itu após hiato de sete anos -- terá como foco a produção audiovisual regional. O recorte se difere das primeiras originais, realizadas entre 2007 e 2011, voltadas a produções de escolas de cinema de todo o mundo. “A produção local e regional cresceu muito nos últimos anos, tanto em quantidade quanto em qualidade, mas o filme só se completa quando está na tela para as pessoas assistirem. Por isso, decidimos inovar, renovar o modelo e ser essa janela para os realizadores e para a população”, afirma.

Inspirado na frase atribuída ao escritor russo Leon Tolstói, “Se queres ser universal, começa por pintar a tua aldeia”, a mostra competitiva deste ano será restrita a obras audiovisuais realizadas exclusivamente dentro do estado de São Paulo com tempo máximo de 20 minutos. A ideia do regulamento, comenta a curadora, foi oferecer ao público o maior número de filmes possível e diminuir o número de exclusões de trabalhos inscritos. A decisão, segundo ela, resultou no aproveitamento de cerca de 70% dos filmes inscritos.

Maurice Capovilla é o homenageado

O grande homenageado deste ano do Festival de Cinema de Itu é o roteirista, professor, produtor, diretor de documentários e filmes de ficção Maurice Capovilla.

Nascido em 1936 em Valinhos, na região de Campinas, ele se mudou aos 22 anos para São Paulo, onde cursou a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Ao lado dos amigos Gustavo Dahl e Jean-Claude Bernardet, Capô, como é chamado pelos amigos passou a frequentar o cineclube da Cinemateca Brasileira, instituição na qual começou a trabalhar em 1961.

Maurice Capovilla é o homenageado Capovilla realizou, em 205, o filme “Nervos de aço”, que será exibido amanhã. Crédito da foto: Divulgação

Em 1962, como integrante do Centro Popular de Cultura de São Paulo, fez sua estreia com o documentário “União”. No ano seguinte realizou “Meninos do Tietê” e fez estágio com o documentarista Fernando Birri no Instituto de Cinematografia da Universidade do Litoral, em Santa Fé, na Argentina. Em 1964, dirigiu o documentário, “Subterrâneos do futebol”, produzido por Thomaz Farkas.

No fim dos anos 1960, Capovilla passou a unir a prática cinematográfica às atividades acadêmicas, tendo participado da organização do Departamento de Cinema do Instituto Central de Artes da Universidade de Brasília (UnB) e se tornou professor da Escola de Comunicação e Artes (ECA) da USP. Ainda neste período dirigiu seu primeiro longa de ficção, “Bebel, garota propaganda” (1967).

A esse filme se seguiram mais três produções ficcionais: “O profeta da fome”, (1969), inspirado no texto “Estética da Fome” do cineasta Glauber Rocha, premiado com o melhor argumento e roteiro no Festival de Brasília e Melhor Filme no Prêmio Moliere no Air France de Cinema, ambos em 1970; “As noites de Imamanjá” (1971), e “O jogo da vida” (1978), que deu a Míriam Muniz o Kikito de melhor atriz coadjuvante no Festival de Gramado. Também na década de 1970, integrou a equipe de diretores do programa Globo Repórter ao lado do documentarista Eduardo Coutinho.

Em 2003, realizou o longa metragem “Harmada”, inspirado em João Gilberto Noll e em 2015 realizou o filme “Nervos de aço”, que será exibido amanhã, na abertura do festival. O filme faz parte das comemorações pelo centenário do compositor gaúcho Lupicínio Rodrigues e traz no elenco Arrigo Barnabé, Pedro Sol, Juliana Thomaz e Ana Lonardi. A história enfoca o drama de um triângulo amoroso, a partir das canções de Lupicínio, durante o ensaio de um espetáculo musical.