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Exposição ‘Elo’ explora o ser humano em contato com a natureza

18 de Novembro de 2019 às 22:09

‘Elo’ explora o ser humano em contato com a natureza Bernadete de Moraes reúne, em seus trabalhos, espécies florais inseridas em cenários com motivos parisienses. Crédito da foto: Divulgação

O interesse e a inspiração na botânica, ramo da biologia que estuda as plantas, é o ponto de contato entre os três artistas que participam da exposição “Elo”, que será aberta sexta-feira, das 19h às 21h, em um imóvel da rua Gustavo Teixeira 134, Mangal.

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A mostra coletiva reúne desenhos, pinturas, esculturas e cerâmicas produzidos pelos artistas visuais Fábio Florentino, Bernadete de Moraes e Luzia Florentino e poderá ser vista gratuitamente até 21 de dezembro, de segunda a sexta, das 8h às 12h.

De acordo com Fábio Florentino, “Elo”, como sugere o título da exposição, é composta por três artistas que têm uma conexão afetiva entre si (Luzia é sua mãe e Bernadete a amiga que foi a primeira pessoa a abrir sua casa para uma exposição individual, há 11 anos) e que, de modo singular, exploram o desenho, a pintura e a argila tendo a natureza como mote recorrente.

“O ponto de contato entre as obras acontece justamente por meio da botânica, ciência que desperta atenção dos expositores, inspirando-os diretamente em suas produções”, assinala.

Bernadete de Moraes, que também é estilista, se apropria da linguagem da moda para criar situações em que o corpo feminino dialoga com espécies florais que se revelam em puro vigor inseridas em cenários com motivos parisienses, em alusão à cidade com a qual tem um vínculo afetivo e que motiva sua produção.

Luzia Florentino transita pelo universo da modelagem em argila, material que oportuniza suas criações em utilitários cerâmicos e esculturas, dando atenção especial para a anatomia humana e imagens sacras sincréticas que vão de miniaturas a figuras de tamanho real.

Já Fábio Florentino mira na relação humana com seu entorno natural, propondo aproximações reflexivas sobre a coexistência das espécies, articulando arte e biologia. O artista iperoense, que em maio impressionou os apreciadores de artes visuais da região com a exposição “Revés”, que reunia quatro painéis gigantes feitos com desenhos feitos com giz branco e carvão nas paredes da Escola Pró-Arte (onde leciona), com imagens que procuravam provocar reflexões sobre as relações entre o homem e a natureza, persiste sua a pesquisa voltada à botânica em “Elo”, mas agora com desenhos em pequenos formatos.

‘Elo’ explora o ser humano em contato com a natureza “Elo”, que seguirá em cartaz até 21 de dezembro, também possui obras produzidas em argila. Crédito da foto: Divulgação

Em “Revés”, sensibilizado por recentes desastres sócio-ambientais, como o rompimento da barragem de Brumadinho (MG), o descarte indiscriminado de plástico nos oceanos e a liberação do governo brasileiro a novos rótulos de pesticidas no campo, Fábio já apresentava uma perspectiva pouco otimista, em que procurava colocar o visitante em estado de alerta.

Agora, sua pesquisa artística ganha contornos simbólicos ainda mais dramáticos, diante de acidentes “não naturais”, como o derramamento de óleo que atinge as praias do nordeste brasileiro e as queimadas na região amazônica. “A gente vai refletindo e convidando, também, as pessoas a refletirem com a gente. Nós [artistas] não temos solução imediata, mas vivemos em comunidade e precisamos raciocinar juntos para buscar caminhos para uma vida mais saudável e sustentável para o meio ambiente”.

Coletânea de trabalhos

A exposição ocupa quatro cômodos do imóvel e compreende trabalhos de pequenos e grandes formatos, executados pelo trio entre os anos de 2016 e 2019. Além de esculturas, desenhos e pinturas em técnicas diversas como aquarela, acrílica, grafite, nanquim e lápis sanguínea, o público poderá encontrar também utilitários feitos em cerâmica crua e esmaltada.

Todo o material exposto estará à venda a valores que variam entre R$ 30 a R$ 300. “Existem trabalhos de outras pesquisa, mas todos eles são sempre muito voltados à ligação do ser humano com seu entorno natural e de como essas duas coisas podem coexistir com harmonia”, conclui. (Felipe Shikama)

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