‘Enquanto navegamos’ tem o formato dos livros como inspiração
A arte em cerâmica, de Mirella Mostoni, é uma das peças que compõem a mostra. Crédito da foto: Marco Gonçalves
Um dispositivo elétrico, inspirado no formato dos rolos de pergaminho, dispara imagens de raios à medida que o visitante gira uma manivela. Cédulas de diferentes épocas são costuradas e pintadas, virando um livro que nos faz lembrar dos dramas econômicos que vivemos nas últimas décadas. Frases de personagens femininos, extraídas de obras literárias, viram peças escultóricas feitas em cerâmica. Esses são alguns exemplos dos trabalhos que integram a exposição “Enquanto navegamos”, que será aberta neste sábado (20), às 16h, na Matiz Ateliê Visual.
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Reunindo 30 obras de 13 autores, a exposição tem como tema o chamado livro de artista. “Livro de artista não é propriamente literatura, embora possa ter textos. É um tipo de arte bastante experimental, herdeira das ideias das vanguardas europeias do início do século 20, em que o artista explora o objeto livro para construir livremente trabalhos visuais”, explica Marco Gonçalves, coordenador de atividades da Matiz Ateliê Visual, instalada em Sorocaba desde janeiro de 2018.
A exposição tem a curadoria da pesquisadora Fabiola Notari, doutora em Literatura e Cultura Russa (USP), mestra em Poéticas Visuais (Faculdade Santa Marcelina) e professora universitária em São Paulo e Sorocaba. Desde 2014, ela coordena um grupo de estudos dedicado ao livro de artista na Casa Contemporânea, na capital paulista. Os trabalhos expostos reúnem uma variedade de técnicas e linguagens. Cerâmicas, instalações, fotografias, gravuras, cianotipia, entre outras formas de explorar o objeto livro.
Dos 13 artistas participantes, sete são de Sorocaba, quatro de São Paulo, uma de Piracicaba e uma de Jacareí. “No final do ano passado, decidimos montar um grupo de estudos dedicado ao livro de artista, aqui na Matiz. O núcleo da exposição é fruto dos trabalhos produzidos nesse grupo”, explica Marco Gonçalves. Para completar a exposição, a curadora Fabiola Notari convidou artistas que acompanha há vários anos, alguns dos quais já selecionados para salões e prêmios de artes.
A artista Helen Carpiné apresenta uma peça feita com a técnica da cianotipia. Crédito da foto: Marco Gonçalves
Participam da exposição: Coletivo Relevo, que tem a artista de Sorocaba Adriana Dias como integrante, Adriano Sobral, Arnaldo C. Paulo, Bruno Oliveira, Helen Carpiné, Lídice Salgot, Lucimar Bello, Marcia Gadioli, Marco Gonçalves, Marco Ponce, Margarida Holler, Mirella Mostoni, Vera Pamplona.
A Matiz Ateliê Visual é um espaço destinado à formação, produção e divulgação de conhecimentos e trabalhos no campo das artes visuais. Tem como seus objetivos contribuir para a formação tanto de artistas quanto de um público interessado em artes visuais, bem como oferecer condições para a produção e circulação de trabalhos na área. Sua estrutura reúne salas para cursos e oficinas, ateliê e espaço expositivo. O ateliê fica na rua Minas Gerais, 96, Centro. A mostra, com entrada gratuita, fica em cartaz até 31 de agosto e pode ser vista de terça a sexta, das 14h30 às 18h30, e aos sábados, das 10h às 13h. (Felipe Shikama)
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