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Duo reinventa o tradicional voz e violão no Sesc Sorocaba

10 de Setembro de 2019 às 21:30

Duo reinventa o tradicional voz e violão Danielle Domingos e Fábio Leal firmaram parceria para o duo em 2010, em Tatuí. Crédito da foto: Divulgação

Formação já tradicional na música brasileira, voz e violão têm sonoridade reinventada no álbum de estreia da cantora Danielle Domingos e do guitarrista Fábio Leal. O duo faz show de lançamento do disco “Aracê” nesta quinta-feira (12), às 20h, no teatro do Sesc Sorocaba.

Os ingressos, disponíveis até o fechamento desta edição, custam R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia) e R$ 6 (credenciados no Sesc) podem ser adquiridos na Central de Atendimento da unidade (rua Barão de Piratininga, 555, Jardim Faculdade). A classificação etária é livre.

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Já disponível nas principais plataformas de música digital, “Aracê” reúne 11 composições autorais inéditas, que passeiam por diferentes ritmos brasileiros como baião, maracatu, coco, samba, choro, bumba-meu-boi, frevo, chamamé e moda de viola. “Aracê”, que significa amanhecer em guarani, será apresentado na íntegra no show de amanhã. O repertório contará ainda com canções inéditas, já que o disco foi gravado em 2016, no Estúdio Arsis, pelo renomado engenheiro de som Adonias Jr.

Fábio Leal assinala que por ser minimalista, esta formação impõe a desafiadora arte de identificar intuitivamente quais espaços estão ali a serem preenchidos pela guitarra e quais espaços estão a serem dados a Danielle. O músico acrescenta que o fato da guitarra emitir massa sonora muito menos densa do que a do piano, por exemplo, o faz querer buscar outros diferenciais capazes de “deixar o som grande”. “Tento compensar com outra coisa que se chama swing”, afirma.

Inspiração

Inspirado em parcerias históricas para essa formação, como Elizeth Cardoso e Raphael Rabello, Sarah Vaughan e Hélio Delmiro, César Camargo Mariano e Nana Caymmi, o duo foi formado 2010 em Tatuí, com a proposta de interpretar canções consagradas da MPB de nomes como Milton Nascimento, Dorival Caymmi, Luiz Gonzaga e Dominguinhos.

À época, Fábio Leal era professor de guitarra e de prática em conjunto, do Conservatório de Tatuí, e estava em busca de uma parceira musical com quem pudesse aprofundar sua pesquisa de acompanhamentos com ritmos brasileiros estilizados, que na guitarra são executados com a mão direita. Daí a reinvenção da sonoridade do duo, visto que, diferentemente de outros duetos, o instrumentista não atua meramente como acompanhador, e sim como um norte, inspirador de uma interação musical espontânea.

Além de sua voz delicada e potente, o professor encontrou em Danielle, uma jovem aluna recém-chegada de São Paulo, a musicalidade ímpar e a paixão incondicional pela música, consolidando o duo entre os seus projetos principais, ao lado de Fábio Leal Quinteto e o grupo Brazú Quintê, também com elogiados discos já lançados. “Sempre gostei de andar com gente que tem amor pela música e a Dani é uma dessas. Até hoje ela tem um brilho no olho pela música”, afirma o guitarrista.

Danielle, que depois de se formar no Conservatório de Tatuí, decidiu trocar o modo de vida caótico da capital pelo sossego do interior e se mudou para Sorocaba -- onde dá aulas de canto e desenvolve outros projetos musicais -- comenta que as composições autorais foram nascendo naturalmente, a maior parte em parceria.

O duo, que já tocou no palco do 7º Encontro Internacional Jazz a la Calle, do Uruguai, ganhou ainda mais afinidade ao longo de duas temporadas do projeto “Ideias sobre a música brasileira”, que levou Danielle Domingos e Fábio Leal por dezenas de unidades do Sesi-SP fazendo concertos didáticos baseados no cancioneiro popular brasileiro e explicando conceitos musicais como ritmo e melodia. “Essa pesquisa de música brasileira que a gente faz é contínua e muito abrangente. Tem influência de tudo que a gente ouve, principalmente de ritmos regionais. É pensar a música brasileira sem limites”, complementa Dani. (Felipe Shikama)