O Panela do Samba nasceu na Vila Fiori, com o objetivo de valorizar composições exclusivamente autorais. Crédito da foto: Luiz Benitez / Divulgação

Talento, resistência, força de vontade e, claro, uma boa pitada de samba. Esses são os ingredientes indispensáveis na saborosa receita do Panela do Samba, coletivo dedicado ao samba autoral em Sorocaba que comemora dez anos neste final de semana, no Sesc, com roda de conversa e show gratuitos. A programação começa neste sábado (24), às 17h, com a roda de conversa intitulada “Samba autoral: resistência, residência e continuidade”. Já no domingo, o coletivo de samba autoral faz show com repertório inédito, a partir das 17h, na área de convivência da unidade (rua Barão de Piratininga, 555, Jardim Faculdade).

Além do anfitrião Cláudio Silva, do Panela do Samba, a roda de conversa de amanhã terá participação dos sambistas Paulo Perdigão, do Mesa de Samba Autoral, de Recife; João Fernandes, do Bumbo do Japi, de Jundiaí, e Agrício Costa, do Samba da Opinião, de Ribeirão Preto. A ideia é promover bate-papo musicado, com representantes dos mais variados movimentos de sambas autorais do Brasil, reconhecidos por sua trajetória de preservação da memória cultural. A atividade ocorre na sala 1 da unidade e os ingressos devem ser retirados com uma hora de antecedência na Central de Atendimento da unidade.

No domingo, o público poderá conferir uma refinada seleção de canções inéditas, dentre as mais de cem compostas pelos integrantes mais assíduos do Panela do Samba, com arranjos feitos assinados pelos músicos Digo Ferreira, João Paulo e Rafael Araújo. O show terá participações especiais de Paulo Perdigão, João Fernandes e Agrício Costa.

Clássicas e recentes

Um dos fundadores do projeto Panela do Samba, Cláudio Silva detalha que o show contará com músicas de várias fases do projeto, incluindo as “clássicas”, como são chamadas as mais antigas e conhecidas do público, até as mais recentes, que farão parte do EP (extended play) intitulado “Abrindo a tampa”, que está sendo produzido com apoio do Saravá Bar Brasil e deve ser lançado no início de 2020. “É um repertório que permeia o samba de tradicional de partido alto, o calango, o samba sincopado, samba-enredo e samba choro. Abrange várias vertentes do samba”, detalha o Silva.

O projeto Panela do Samba consiste na reunião mensal de músicos sorocabanos para apresentações de sambas exclusivamente autorais. Desde que foi criado, em 2009 na Vila Fiori -- na garagem da casa de dona Maria, mãe de Cláudio --, o projeto já passou por vários endereços como Centro Cultural Quilombinho, Oficina Cultural Grande Otelo, Sesi, Clube 28 de Setembro, entre outros espaços culturais. Ao longo deste período, o projeto já trouxe como convidados sambistas consagrados como Oswaldinho da Cuíca, Nelson Rufino e Zé Luiz do Império Serrano.

Atualmente, os encontros ocorrem sempre na primeira quinta-feira do mês, a partir das 20h, no Espaço Du-Arts (rua Antonio São Leandro, 76, no Jardim Maria Eugenia). Segundo Cláudio Silva, o coletivo é aberto a todos os compositores interessados. “Tem o núcleo duro, que permanece na ativa, neste dez anos foram revelados mais de 20 compositores. E o que mantém o Panela vivo, oxigenado, é justamente essa renovação”, complementa. (Felipe Shikama)