Curta do grupo Manuí conta história indígena Kamayurá
A maquiagem artística é um dos destaques da produção. Crédito da foto: Tatiana Zalla / Divulgação
“De um único limão, resolvemos fazer uma limonada”. Dessa forma, a atriz e diretora do Grupo Manuí, Tatiana Zalla, descreve o projeto desenvolvido pelo grupo com apoio da lei de auxílio emergencial “Aldir Blanc”, da Secretaria da Cultura de Sorocaba. A ideia de Tatiana e do músico Leandro Pfeifer, com quem divide a direção do Manuí, era desenvolver um projeto que pudesse ajudar, durante a pandemia de Covid-19, os artistas do audiovisual sorocabano com quem já haviam trabalhado anteriormente. Assim nasceu o filme “A Mulher que se Casou com Iauaretê”, curta-metragem que dá vida à história Kamayurá, adaptada do livro “As Fabulosas Fábulas de Iauaretê”, do escritor Kaká Werá. O lançamento está marcado para esta quinta-feira (25), com duas exibições -- às 19h e às 20h30 -- no canal do grupo no YouTube (youtube.com/manuiproducoes).
O motivo da “limonada” está na superprodução em que o projeto acabou se tornando. “A primeira intenção era incluir os amigos das artes, que ainda não estavam em nenhum projeto, nesse momento tão difícil e de escassez de trabalho que está sendo a pandemia. Mas, com a ajuda, talento e dedicação de todos, acabamos fazendo um filme com uma grande qualidade técnica e artística, que se tornou um trabalho especial para todos”, explica Tatiana.
Formado em sua maioria por não-atores, o elenco é mais uma das gratas surpresas do projeto. Dele fazem parte os indígenas amazonenses Alberto Cruz, da etnia Piratapuia, e Gilmara Gonçalves, da etnia Baré, ambos estudantes de engenharia de produção na Ufscar Sorocaba; as crianças Alice Zalla, Estela Zalla, Sol Naeté e Nilo Ayô; além de Tatiana Zalla e Leandro Pfeifer.
Alberto Cruz e a Gilmara Gonçalves foram convidados a participar, mesmo sem nunca terem atuado antes, para que a história pudesse ter veracidade com dois indígenas em cena. “Com apenas alguns dias de preparação, os dois se revelaram atores dedicados e surpreendentes”, conta a atriz e preparadora de elenco. A interpretação também encantou o diretor do filme. “Fiquei emocionado de ver Gilmara e Alberto interpretando Kamakuã e Iauaretê com tanta sutileza e ao mesmo tempo uma força intrínseca de quem conhece bem o poder da palavra indígena”, ressaltou Mauro Baptistella.
Outros destaques da produção são a maquiagem artística feita pela maquiadora Miriam Puga, que ajudou a dar vida à transformação da personagem Kamakuã, mulher que pede ao pajé Kamayurá para transformá-la em onça para viver sua grande paixão pelo guerreiro Iauaretê; e a locação da filmagem no Píer São Francisco, em Piedade. “Somado aos efeitos de audiovisual e direção geral e de fotografia, o resultado é uma super produção para cinema que irá encantar adultos e crianças”, destaca Tatiana.
Com o projeto, Leandro Pfeifer explica que o Grupo Manuí espera também contribuir para a difusão da nossa cosmovisão milenar nativa que, apesar de revelar traços profundos da identidade cultural brasileira, é pouco divulgada em produções artísticas.
Com direção de Mauro Baptistella e direção de fotografia de Chores Rodriguez, a equipe conta também com a produção de Lucas Zalla, Melissa Branco e Bruno Bulga; técnica de Fernando Almeida, maquiagem de Miriam Puga, assessoria de comunicação de Janaina Caldeira, figurino de Talita Santos e produção de som de Reinaldo Donato, além de Tatiana na preparação do elenco e Leandro na direção musical. (Da Redação)