O imóvel está sem o telhado e completamente cercado por andaimes. Facens disse que convocará coletiva de imprensa para divulgar informações sobre a intervenção. Crédito da foto: Emidio Marques (27/9/2019)

Construído em 1909, em estilo inglês, com a finalidade de abrigar uma usina geradora de energia a diesel para movimentar as máquinas da fábrica Cianê, o prédio histórico às margens do Rio Sorocaba está passando por intervenções. O imóvel tombado é particular e pertence à Faculdade de Engenharia de Sorocaba (Facens), que não informou à reportagem quais procedimentos estão sendo realizados.

O prédio foi tombado por decreto municipal em 1996, em “Grau de preservação 1”, isto é, que prevê a preservação integral, compreendendo o interior e exterior, bem como a volumetria, fachadas, cobertura e respectivos elementos ornamentais ou utilitários, se houver.

De acordo com o chefe da divisão de Patrimônio Histórico da Secretaria de Cultura (Secult), André Mascarenhas, a empresa responsável pelo imóvel apresentou projeto de reforma ao Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico (CMPC), que foi analisado e aprovado. Segundo Mascarenhas, a Facens, mantenedora do imóvel, “está em conversa com o Conselho desde a primeira versão do projeto, inclusive fizeram algumas alterações baseadas em orientações dos conselheiros”.

Apesar de ser uma propriedade particular, a conservação do prédio é de interesse público, já que se trata de um marco arquitetônico da história da cidade. Há 15 dias, o Mais Cruzeiro questionou a assessoria de imprensa da instituição de ensino para saber que intervenções estão sendo feitas no imóvel, mas não obteve resposta. Por meio de nota, a Facens informou que está organizando uma coletiva de imprensa para falar sobre a Usina Cultural e que, por essa razão, não se pronunciará sobre o assunto.

A reportagem perguntou, ainda, se é possível revelar o valor do investimento e prazo previsto para a conclusão das intervenções, se a recuperação seria apenas da fachada, como se presume com a instalação dos andaimes, ou também do interior e telhado; qual o atual estado de conservação do imóvel e se, recentemente, ele teria sido alvo da ação de vândalos. A instituição também não informou que destinação dará ao imóvel após o restauro.

Em 2000, o prédio passou por intervenção e a Prefeitura de Sorocaba faz um acordo com os proprietários para usá-lo como espaço cultural alternativo, recebendo o nome de “Usina Cultural Ettore Marangoni” -- que passou a sediar atividades culturais, como exibições de filmes de arte. Em 2013, com o fim do contrato de aluguel, a usina foi desocupada, permanecendo sem uso até os dias de hoje. (Felipe Shikama)