Coletivo Cê apresenta espetáculo no Museu de Arte Contemporânea
“Para que eu possa existir nos próximos segundos” teve sua estreia em 2016, dentro do projeto Coletivações, do Sesc Sorocaba. Crédito da foto: Luiz Setti / Arquivo JCS (1/10/2016)
O espetáculo teatral “Para que eu possa existir nos próximos segundos”, do Coletivo Cê, reestreia nesta sexta-feira (18), às 20h, no Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba (Macs), com reapresentação no sábado, também às 20h, e no domingo, às 19h. A curta temporada faz parte das atividades de comemoração aos dez anos do grupo teatral, completados em agosto.
A peça, que teve sua estreia em agosto de 2016 dentro do projeto Coletivações, do Sesc Sorocaba, volta à cena com dois novos artistas e totalmente repaginada. Diante de um cronômetro regressivo composto por segundos, cinco amigos tentam impelir um espetáculo antes que o tempo se esgote. Uma timeline de subjetividades e crises com a linguagem teatral. Corpos que falam dentro de sacos para cadáveres.
Dispositivos evidenciam o jogo: como levar a cena às últimas consequências? Corpos que não sustentam a complexidade do “eu”, corpo que não aguenta, que não dá conta, que sucumbe, que vira um atrapalho a lógica software. Como resistir coletivamente diante disso?
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Com uma encenação despretensiosa e um “flerte intenso” com a performance, a montagem traz como assunto central a celebração dos 20 anos de amizade dos artistas envolvidos. “O Coletivo está completando dez anos, mas nós, os cinco artistas em cena, estamos completando 20 anos de amizade, pois começamos juntos em 1999 na Companhia das Artes Dramáticas dirigida por Julio Carrara”, diz o ator do espetáculo, Júlio Mello.
As memórias vividas ao longo destes 20 anos de criação artística quase ininterruptas no interior de São Paulo, conflitos pessoais, medos, incertezas crise de linguagem, são alguns caminhos percorridos pelos atores como uma forma de enfrentamento e manifesto. “São situações que moram no silêncio das relações internas de um coletivo artístico e que o Cê arrisca colocar em cena, na forma de um depoimento, um desabafo, um gesto, uma tentativa de diálogo”, comenta Mello.
“Decidimos escancarar a imperfeição, assumindo os erros e levando-os até às últimas consequências. Para isso olhamos para a cena como a última chance de celebrar a nossa trajetória. Por meio da crise, a criação tem construído novos caminhos, novos ares propulsores de movimento”, comenta o ator Hércules Soares. Além de Mello e Soares, o elenco da peça é formado pelos atores-criadores Bruna Moscatelli, Douglas Emílio e Eliane Ribeiro. A direção é de Andressa Moreira.
Sobre o Cê
O Coletivo Cê surgiu de um conjunto de cidadãos que se articulam através do teatro para propagar seus pensamentos artísticos aliando rigor, pesquisa e busca de linguagem. Em dez anos de trabalho ininterruptos, tem como eixo de sua pesquisa o tema “memória”, se equilibrando em uma tênue linha que esta constantemente a dividir-se entre a esfera do público e do privado na construção de uma memória coletiva e, consequentemente na reconstrução de uma identidade social, tendo a cultura como elemento fundante.
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Os ingressos para as apresentações deste final de semana custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), no local, e podem ser adquiridos com desconto na plataforma Sympla (R$ 20 inteira e R$ 0 meia). O Macs fica na avenida Dr. Afonso Vergueiro, 280, no Centro, ao lado da antiga estação ferroviária. A classificação indicativa é de 14 anos. (Felipe Shikama)