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Cinecafé terá sessões de filmes nacionais no Sesc Sorocaba

20 de Junho de 2019 às 22:30

Cinecafé terá sessões de filmes nacionais “Mormaço”, de Marina Meliande, mistura denúncia social e ficção sobrenatural. O filme dá início à agenda, logo no dia 2 de julho. Crédito da foto: Divulgação

Evento já consagrado no calendário de julho do Sesc Sorocaba, o projeto Cinecafé contará mais uma vez com sessões especiais de filmes nacionais com presença de diretores. Sucesso de público, essas exibições, sempre nas noites de terça no teatro da unidade, costumam ter lotação máxima, em grande medida pela adesão espontânea de estudantes do ensino médio e universitários em período de férias.

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Em julho o projeto exibirá os longas “Mormaço”, de Marina Meliande, no dia 2; “Tungstênio”, de Heitor Dhalia, no dia 9; “Ex-pajé”, de Luiz Bolognesi, no dia 16; “Legalize já - amizade nunca morre”, de Gustavo Bonafé e Johnny Araújo, no dia 23; e “Los silencios”, de Beatriz Seigner, no dia 30. Com exceção de Dhalia, todos os diretores estão confirmados para a exibição, que é sempre sucedida de bate-papo com o público, mediado pelo curador. O cineasta Marcelo Domingues, que assina a curadoria, afirma que no caso de “Tungstênio”, a sessão terá presença de dois integrantes do elenco ainda serem definidos.

Cinecafé terá sessões de filmes nacionais Do diretor Heitor Dhalia, “Tungstênio” é definido como um retrato atual das periferias brasileiras. Crédito da foto: Divulgação

De acordo com Domingues, reunir esses longas numa mostra é importante para o cinema nacional, já que faz um pequeno recorte da produção cinematográca contemporânea brasileira. “E a mostra ganha uma importância especial para a nossa região por conta de que são filmes que normalmente não passam pelos cinemas locais, e mais ainda por colocar o público em contato direto com os realizadores, isso abre muitas possibilidades de diálogos e de entendimento do momento atual da nossa produção cinematográfica”, afirma.

Com a história da defensora pública Ana como pano de fundo, o “Mormaço” mistura denúncia social e ficção sobrenatural em uma história que se passa antes da Olimpíada do Rio de Janeiro, realizada em 2016, quando ela está à frente da defesa de moradores que perderão suas casas para a construção de um empreendimento de luxo no local.

Definido como um retrato atual das periferias brasileiras, com todas as questões e contradições que permeiam a nossa sociedade, “Tungstênio”, novo longa do elogiado diretor Heitor Dhalia (“À deriva” e “Serra pelada”) é baseado na graphic novel homônima e tem foco em personagens pobres e de classe média baixa: um policial, um ex-militar reformado, pescadores, malandros. A coloquialidade das falas é de espantar - a tradução francesa ganhou o prêmio de melhor história policial no festival de Angouleme, o mais importante do mundo na área dos quadrinhos.

Premiado documentário de Luiz Bolonhesi, “Ex-pajé”, conta a história de um poderoso pajé, que passa a questionar sua fé depois do primeiro contato com brancos, que julgam sua religião como demoníaca. No entanto, a missão evangelizadora comandada por um pastor intolerante é posta em cheque quando a morte passa a rondar a aldeia e a sensibilidade do índio em relação aos espíritos da floresta mostra-se indispensável.

Cinecafé terá sessões de filmes nacionais “Ex-pajé”, de Luiz Bolonhesi, é sobre um índio que questiona a fé após contato com os brancos. Crédito da foto: Divulgação

O público também poderá conferir o longa “Legalize já - amizade nunca morre”, cinebiografia que revela a fase inicial da banda carioca Planet Hemp, liderada por Marcelo D2.

Também premiado em importantes festivais, “Los silencios”, de Beatriz Seigner, conta a história de Amparo (Marleyda Soto), que foge com seus filhos pequenos do conflito armado colombiano e encontra o pai das crianças (Enrique Diaz), que estava desaparecido, vivendo em uma ilha povoada por fantasmas no Rio Amazonas, na fronteira entre a Colômbia, o Peru e o Brasil.

Iniciativa bem sucedida

Com média de público de 150 pessoas a cada sessão, o projeto Cinecafé, do Sesc Sorocaba, está comemorando 10 anos e é considerado uma das iniciativas mais bem sucedidas na área das artes audiovisuais entre todas as unidades do Sesc no País. Criado em 2009, com a previsão inicial de durar apenas quatro meses, o próprio nome do projeto foi escolhido a fim de se contrapor à ideia das sessões de cinema de entretenimento, chamadas de cine pipoca. O elevado número de frequentadores, que em algumas sessões chega a atingir a lotação máxima do teatro (275 lugares), só é inferior às do CineSesc -- um tradicional espaço de cinema, mantido pelo Sesc na rua Consolação, em São Paulo. “O Cinecafé completa 10 anos de muito sucesso. Esse sucesso pode ser comemorado tanto pela vida prolongada do projeto, quanto pelo público formado”, avalia Domingues.

Segundo Domingues, o projeto realizado sempre às terças-feiras, com a proposta de apresentar filmes de arte ou filmes autorais, isto é, filmes não comerciais, de várias nacionalidades, possui um público fiel que semanalmente comparece para prestigiar as sessões. “Pelo projeto passaram filmes de diversas regiões do planeta, de diversas épocas e com os mais variados temas e estilos, mas sempre respeitando o olhar não comercial, ou seja, filmes produzidos por motivações artísticas, filosóficas, culturais e/ou sociais”, complementa. A cada mês o Cinecafé exibe uma série de filmes voltados na mesma temática ou, eventualmente, dedicados às obras de um único diretor. Até o final deste mês, o projeto exibe filmes contemporâneos premiados em importantes festivais internacionais. Vale dizer que ao contrário dos cineclubes tradicionais, o Cineclube é gratuito e aberto a todos os interessados. Para participar é necessário retirar o ingresso com uma hora de antecedência na bilheteria da unidade. O Sesc fica na rua Barão de Piratininga, 555, Jardim Faculdade. (Felipe Shikama)

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