Canal 1
Globo sofre na pele a falta dos bons autores que já teve
Flávio Ricco, com colaboração de José Carlos Nery
A Globo está com uma carga de produção das mais intensas na sua dramaturgia, porque além de suprir os diversos horários da TV aberta, como sempre aconteceu, de uns tempos para cá também passou a atender necessidades do Globoplay.
Natural que, diante de tamanha quantidade, possam existir trabalhos com maior aceitação por parte do público ou dos seus assinantes, e outros nem tanto.
Faz parte do jogo. Absolutamente natural.
O problema, nos parece, é que isso aconteceu exatamente em meio a uma transição ou a mudanças que foram significativas na sua forma de trabalhar.
Foi decidido acabar com o banco de elenco, que durante décadas conseguiu manter um número de talentos bem importante. Ao longo desses últimos tempos, pode-se constatar, especialmente nas escalações realizadas, que houve uma adaptação surpreendentemente tranquila quanto a este aspecto. Não se observou queda de qualidade, diferentemente daquilo que se refere aos autores contratados, em número menor e nem tão importante como foi no passado.
É por aí, tranquilamente, que mora o maior dos problemas ou a menor probabilidade de encontrar outras opções. Ou também se estabelece para eles o compromisso por obra ou será necessário chamar de volta boa parte dos que saíram.
Bom indício
O fato do Aguinaldo Silva (foto) ter uma sinopse dele em análise, por iniciativa própria ou porque foi requisitado, já demonstra um desembaraço importante. Não pode existir o luxo de preterir os serviços de autores tão importantes.
Vai no arquivo
Ninguém, publicamente, terá coragem de assumir, mas muito dessa quantidade exagerada de remakes se dá por falta de textos originais de qualidade. Sinal de que alguma coisa errada está acontecendo. Remake sempre foi exceção.
Não pode esquecer
Por outro lado, ou como aspecto mais importante, em se tratando deles, os remakes, existe por obrigação ao menos repetir o bom trabalho e o sucesso da primeira versão. Aí vem a questão: estamos chegando a isso? A “Elas por Elas” de hoje é tão boa como foi a de 1982? Claro que não.
Paradoxo
O documentário das Paquitas, que o Globoplay deve lançar ainda no decorrer deste ano, virá recheado de depoimentos chocantes e violentos. Histórias de bastidores que são surpreendentes, muitas delas inimagináveis para aqueles que assistiram ao programa, então destinado ao público infantil.
Férias
O programa que Lucas Guimarães apresentará nas tardes de sábado do SBT está em fase de formatação e de acertos burocráticos. Enquanto seu pessoal toca a bola por aqui, ele continua de férias no exterior. Por conta do formato, ainda não definido, nem se fala em gravação de piloto.
Quanto a isso
Claro que existe a dúvida se tudo o que o SBT vem fazendo vai dar certo. Em televisão, especialmente, não tem como trabalhar com a certeza. Às vezes, daquilo que não se espera nada, sai um sucesso, como o inverso também é absolutamente verdadeiro.
Riscos
Por exemplo, está muito claro que essa aposta nos influenciadores na programação do SBT é das mais arriscadas. Considerando só o retrospecto, a chance de não dar em nada é muito grande. Porém, considerando o conjunto da obra, é um movimento dos mais elogiáveis.