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Banda Cólera chega com seu punk rock em show gratuito

30 de Agosto de 2019 às 00:01

Banda Cólera chega com seu punk rock em show gratuito Além de Val e Pierre (bateria), da formação inicial, a banda é completada pelo vocalista Wendell Barros e o guitarrista Fabio Belluci. Crédito da foto: Divulgação

Pioneira no punk rock nacional, a lendária banda Cólera se apresenta domingo, às 17h, no anfiteatro do Sesc Sorocaba, com entrada gratuita.

O show faz parte das comemorações de 40 anos de história da banda e contará com músicas de várias fases da carreira. Respeitada e admirada por roqueiros de todas as tribos, a Cólera, dentre seus grandes feitos em quatro décadas, foi a primeira do Brasil a realizar turnê pelos países europeus, abrindo as portas por outras bandas nacionais que se aventurariam pelo exterior.

No show deste domingo, o grupo promete celebrar sua trajetória revisitando faixas de seus nove discos de estúdio lançados ao longo da carreira, incluindo o aclamado “Pela paz em todo mundo”, lançado em 1986. “Como estamos trabalhando em cima dos 40 anos, o repertório desse show mescla músicas de várias fases que contam muito da nossa trajetória”, comenta o baixista Val. As comemorações também incluem homenagem à memória ao vocalista e guitarrista Redson Pozzi, fundador da banda, falecido em 2011, aos 49 anos.

Além de Val e Pierre (bateria), da formação inicial, a banda é completada pelo vocalista Wendell Barros e o guitarrista Fabio Belluci. Wendell entrou para o Cólera em 2012, sendo aprovado pelos fãs. O vocalista era roadie da banda e num em um o show de 2011, registrado no DVD “Punhos & vozes rasgando no ar!”, canta, a pedido do próprio Redson, a última música, “Histeria”. Já o guitarrista Fábio teve uma fita demo de sua primeira banda produzida por Redson em 2004.

Novo trabalho

Na apresentação, o grupo paulistano também tocará músicas de seu disco mais recente, “Acorde! Acorde! Acorde!”. Lançado no ano passado, o disco traz 16 músicas, sendo três delas com versões demo com Redson, que apresentam toda sua potência sonora com letras que criticam o sistema. Val relata que o álbum estava em fase de conclusão quando Redson faleceu, deixando muitos fragmentos de letras em rascunhos. “Encontramos esse material e remontamos, como um quebra-cebeça. Foi muito trabalhoso, mas também prazeroso, porque o resultado ficou bem satisfatório”, complementa.

O destaque do novo álbum fica para “Ópera do caos”, que, como uma espécie de suíte, incendeia cinco faixas -- ou movimentos -- criando uma espécie de ópera rock até então inédita no País. “Mr. Gamble” faixa que abre a narrativa, conta a história de um ditador, seus métodos para ascender ao poder e todos os artifícios de manipulação que utiliza para alcançar seus objetivos. No segundo ato, “Mezza mezza” relata a busca de uma pessoa pelo autoconhecimento e a descoberta que a ação não se limita ao plano físico. “Fá dó lá”, o terceiro ato, defende que sabedoria e discernimento são como uma máscara de gás para sobreviver ao desespero imposto pelas bombas da mídia. “Caos”, o quarto ato, é o apogeu da tirania, que flagra milhões de pessoas reféns de um homem e um botão. Por fim, “Hino”, relembra como a sociedade civil conseguiu resistiu à ditadura militar -- a censura e a truculência do estado -- com uma arma potente: a música “Não vamos calar”, diz o refrão. Seria, “Ópera do caos” a trilha sonora do momento atual, no qual o fogo consome a floresta amazônica? Val afirma que, apesar de apropriada para o momento, a música relata uma crônica cíclica e, portanto, atemporal do País. “Falar de caos no Brasil é sempre uma coisa atual. Fez sentido na década de sessenta, setenta, oitenta... Infelizmente não temos perspectiva de grande melhoria de mudança para um futuro tão próximo”, diz.

Para crianças

Também no domingo, mais cedo, às 16h, a área de convivência do Sesc recebe a banda Griswolds com o show “Punkidz”.

Em seu 5º disco com fortes influências punk, o power trio faz releituras de músicas de desenhos animados famosos como “Lilo & Stitch”, “Magacascar”, “Zootopia”, “Shrek”, “Frozen” entre outros, divertindo adultos e crianças. A apresentação é gratuita e livre para todas as idades. O Sesc fica na rua Barão de Piratininga, 555, no Jardim Faculdade. (Felipe Shikama)