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‘A fera na selva’ estreia em Sorocaba dia 24 de outubro

29 de Setembro de 2019 às 00:01

‘A fera na selva’ estreia em Sorocaba dia 24 de outubro Baseado livremente em obra do escritor americano Henry James, “A fera na selva” foi inteiramente rodado em locações na região. Crédito da foto: Divulgação

O filme “A fera na selva”, dirigido e protagonizado pelos sorocabanos Paulo Betti e Eliane Giardini, já tem data para entrar em cartaz nos cinemas de Sorocaba. O longa, inteiramente rodado em locações na região, poderá ser assistido a partir de 24 de outubro até, pelo menos, dia 30, período que pode ser prorrogado, dependendo do desempenho na bilheteria. O número de salas de cinema que receberá o filme, porém, ainda está sendo definido pela distribuidora.A confirmação é do próprio ator e codiretor Paulo Betti, que garante que ficará em Sorocaba neste período, “pra acompanhar o máximo de sessões possível”, disse, ao Mais Cruzeiro.

Paralelamente ao circuito comercial, o longa será exibido em sessões especiais, seguidas de conversas do codiretor com o público, que começam na próxima quinta-feira, dia 3, no Rio de Janeiro. Com o fim de sua participação na novela “Órfãos da terra”, da Rede Globo, que terminou ontem, Betti percorrerá semanalmente diversas cidades brasileiras participando de exibições exclusivas para falar com os espectadores sobre o processo de produção do filme.

Essas sessões especiais marcam o encerramento de um curso on-line gratuito de Adaptação Literária, idealizado por Betti e Eliane Giardini, que convida o espectador a ler a obra original, o romance “A fera na selva”, do escritor norte-americano Henry James, e o roteiro da adaptação para o cinema. Para receber cópia do roteiro de 50 páginas, assinado por Betti, Giardini e o também pelo sorocabano Rafael Romão, é necessário se inscrever pelo site www.aferanaselva.com.br. O participante também recebe um link para o audiolivro “A fera na selva”, narrado por Paulo Betti, gratuito por 30 dias.

Betti comenta que essa forma de lançamento do filme, aliado a um projeto educativo, é o desdobramento da experiência realizada no início do processo de filmagem, quando todos dos figurantes que aparecem no filme foram convidados a ler o livro e o roteiro. O trabalho envolveu mais de 600 pessoas entre equipe técnica, fornecedores e figurantes. “Em 2015, quando consegui as condições para filmar, espalhei que quem desejasse poderia participar, desde que lesse o livro e o roteiro”. O ator, então, promoveu um workshop na preparação, com sessões de filmes referência no teatro do Sesi de Sorocaba, que teve participação de mais de mil pessoas. Ao longo dos encontros, foram exibidos dez filmes, baseados na obra de Henry James, como “Limite”, de Mario Peixoto.

O ator revela que várias cenas foram alteradas, por sugestões dos participantes. O final do filme, que também foi modificado em relação ao romance original, veio de um garoto que participava com a mãe do workshop. “Um menino de 12 anos resolveu pedir a palavra no debate. Ele disse que havia lido o livro e o nosso roteiro. A plateia ficou estupefata. Depois de ver ‘Limite’ achava que deveríamos mudar nosso final, nos inspirando na cena do cemitério do ‘Limite’. E assim fizemos e ficou bom”, comenta Betti.

Extraordinário

Baseado livremente na obra do escritor americano Henry James, “A fera na selva” conta uma história de amor incompreendida. O filme acompanha um homem que vive de olho no futuro e passa a vida esperando por um acontecimento, sem conseguir enxergar os sinais de algo que poderia realmente ter transformado sua vida, mas que acabou ficando em segundo plano, como uma fera à espreita na selva. João (Betti) e Maria (Eliane) vivem uma vida inteira juntos. Ele é professor de português, ela de literatura inglesa. João é atormentado pela obsessão de que uma coisa extraordinária vai acontecer em sua vida. Maria aceita esperar com ele a fera na selva, que um dia chegará avassaladora. “As obsessões do autor estão no filme. O clima de terror subliminar. ‘A fera’ é obra prima dele. É um soco no estômago. Um alerta. O texto de James, as falas elaboradas, um certo tom teatral”, comenta Betti.

Inteiramente rodado na região, o filme teve como locações endereços históricos como a Real Fábrica de Ferro São João do Ipanema, a Igreja Matriz, o prédio do Correio da rua São Bento, a Estação Ferroviária e o antigo Teatro São Rafael, atual Fundec. O longa já foi selecionado para o 45º Festival de Cinema de Gramado (RS), 42ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (SP) e o 33º San Francisco Latin Film Festival, entre outros. (Felipe Shikama)