A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os contratos estabelecidos entre a Prefeitura de Sorocaba e empresas associadas à família do ex-diretor da Urbes, Jorge Domingos Hial, não tem, por enquanto, nenhuma reunião marcada. Desde a retomada das atividades da Câmara de Sorocaba, após o recesso, os vereadores que compõem a CPI -- todos da base de apoio ao prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) -- apenas comentam informalmente sobre o assunto.

O relator da comissão, vereador Luís Santos (Republicanos), afirmou na quinta-feira (8), durante a sessão ordinária, que quem deve convocar a reunião é o vereador Cristiano Passos (Republicanos), presidente da CPI. A assessoria de Santos confirmou a informação: “Quem faz as convocações é o presidente da CPI. Luís Santos não é o presidente, ele é o relator ”, disse a nota enviada ao jornal.

O Cruzeiro do Sul questionou a assessoria de Cristiano Passos, mas não obteve resposta até o fechamento desta reportagem.

O pedido de abertura da CPI foi feito em setembro do ano passado. Em janeiro de 2021, Jorge Domingos Hial assumiu um cargo na Urbes e, em menos de três anos, empresas ligadas à sua família acumularam 17 contratos com a administração municipal, recebendo mais de R$ 12 milhões. A Prefeitura e a família Hial negam irregularidades, mas o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo identificou conflitos de interesse e ilegalidades em alguns contratos.

Após divulgação da denúncia, Hial foi exonerado do cargo. Na época, a vereadora da oposição ao governo, Iara Bernardi (PT), buscou assinaturas visando a abertura de uma CPI sobre o mesmo assunto, mas apenas três vereadores aderiram ao pedido. Os demais parlamentares se anteciparam e assumiram a investigação. Além de Luís Santos e Cristiano Passos, o documento foi assinado por Vinícius Aith (PRTB), Caio Oliveira (Republicanos), João Donizeti (PSDB), Dylan Dantas (PL), Rodrigo do Treviso (Republicanos), Fábio Simoa (Republicanos) e Silvano Jr (Republicanos). (Luis Felipe Pio - programa de estágio)