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Ciclista profissional atua como entregador em vilarejo italiano

25 de Abril de 2020 às 22:01

Ciclista profissional atua como entregador em vilarejo italiano

Umberto Marengo era para estar treinando para o Tour da Itália, mas os planos mudaram. Crédito da foto: Marco Bertorello / AFP (22/4/2020)

Ele deveria estar se preparando para o Giro d'Italia, mas o coronavírus mudou sua rotina. Para ser útil e manter a forma, Umberto Marengo, um ciclista profissional, anda de bicicleta e atua como entregador.

"Os clientes ficam surpresos. Além disso, eu sempre tento subir as escadas em vez do elevador para treinar um pouco mais. Mas acima de tudo, eu sou o único que faz isso de bicicleta. Então, eles ficam surpresos ao ver um ciclista chegar", diz ele à AFP.

Aos 27 anos, Marengo não é uma estrela do pelotão. Mas sua equipe Vini Zabù-KTM havia sido selecionada para o Giro d'Italia que deveria começar no dia 9 de maio largando de Budapeste. E ele esperava estar na largada. "Ainda não sabíamos. A equipe ainda não era conhecida, mas digamos que eu tinha uma boa chance de fazê-lo", disse ele.

Mas o Giro acabou sendo adiado e, em vez disso, Marengo, como os outros ciclistas profissionais, teve que se submeter a confinamento e imobilidade forçada... até que um desejo repentino de sorvete mudou tudo. "Minha namorada e eu queríamos tomar sorvete e, enquanto pesquisávamos na internet, encontramos uma sorveteria que fazia entregas em domicílio. Foi assim que me perguntei se poderia encontrar pessoas que precisassem de alguém para fazer entregas. Falei com o prefeito, que me disse foi uma boa ideia e foi assim que tudo começou", explicou.

Ciclista profissional atua como entregador em vilarejo italiano

Umberto Marengo passa de bicicleta ao lado de um muro com a pintura de uma borboleta. Crédito da foto: Marco Bertorello / AFP (22/4/2020)

Menos treino em casa

Todas as tardes, Marengo faz então seu percurso, entre 20 e 30 entregas de três lojas em Collegno, em um total de 50 ou 60 quilômetros por dia, até 70 antes da Páscoa. "Dada a situação atual, é sempre um pouco mais de atividade física. Mas isso não tem nada a ver com o treinamento normal, mesmo se eu tentar fazer a entrega o mais rápido possível e me esforçar o máximo que puder", diz ele.

 

Mas esta saída diária permite que ao menos limite a dose de treinamento em casa imposta pelo seu treinador, suprimindo a sessão da tarde. "Eu nunca gostei disso. Prefiro sair na chuva e me molhar do que ficar" na bicicleta ergométrica, diz ele sorrindo. "Foi também uma das razões pelas quais comecei a fazer essas entregas. Poder arejar as ideias e limpar minha mente", acrescentou.

Mas o objetivo principal é outro. "É acima de tudo útil para minha comunidade", garantiu o jovem campeão. (AFP)

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