Código de barras
Há 40 anos, ele revolucionava a dinâmica do comércio no Brasil
Um pacote de chiclete Wrigley’s se tornou o primeiro produto com um código de barras no mundo
Era 26 de junho de 1974 -- uma quarta-feira --, quando um pacote de chiclete Wrigley’s se tornou o primeiro produto com um código de barras no mundo. Já em solo brasileiro, a tecnologia chegou em 1983 - há 40 anos -, junto com a fundação da Associação Brasileira de Automação Comercial (Abac), a atual GS1 Brasil, e revolucionou a dinâmica do comércio. Hoje, o código de barras está presente em 150 países, 2 milhões de empresas e em bilhões de produtos.
“O código de barras é uma técnica de decodificar dados. Existem barras mais largas, mais escuras, e cada espaço é um dado; o conjunto carrega as informações sobre o produto”, explica o diretor de tecnologia da GS1 Brasil, Roberto Matsubayashi. “Para uma máquina, o código de barras é como se fosse um alfabeto, a partir disso é possível montar informações”.
O primeiro protótipo era bem diferente do código de barras linear que conhecemos. Ao invés do retângulo, o código era disposto em forma de alvo, em círculos concêntricos. E para a leitura, o seu inventor, Norman Joseph Woodland, usava uma lâmpada incandescente de 500 watts e um osciloscópio.
Hoje, após cinco décadas, existem centenas de combinações e, de acordo com Matsubayashi, o mais utilizado é o Código EAN13. Em inglês, a combinação do código EAN é conhecida como European Article Number (Numeração Europeia de Artigos), e une 13 dígitos exclusivos para a identificação de base ou produtos. Os dois primeiros dígitos são o Prefixo GS1 (indicador do país de origem do produto), em seguida há um número de cinco dígitos da empresa, para identificar a marca, e depois outros cinco dígitos para identificar o produto em si.
Evolução
A ferramenta que revolucionou a cadeia de suprimentos continua inovando e, desta vez, com códigos bidimensionais, denominados de 2D. Apesar de Roberto Matsubayashi, em suas palavras, não ter uma bola de cristal para adivinhar o futuro, acredita na expansão do código 2D.
“Hoje existe mais essa demanda da digitalização e, com o código bidimensional, é possível armazenar mais informações sobre o produto, como data de validade, rastreabilidade, e outros dados importantes para o consumidor”, explica o diretor de tecnologia.
O Código 2D é uma junção do DataMatrix e do QR Code, dois códigos de barras muito utilizados atualmente. “A combinação faz que seja possível tanto a interação do consumidor, em termos de promoções e informações adicionais, informações de composições, os alergênicos para alimentos, como a informação para fazer a parte da automação que já estão acostumados”, acrescenta Roberto.
Além do código bidimensional, o especialista projeta a transformação digital completa, isto é, a conversão do código de barras em produtos físicos para uma versão digital. “Seria toda a informação que temos em sistemas de gestão de estoque, de gestão de vendas. A preferência e comportamento do consumidor, por exemplo, os sites de e-commerce poderão capturar essas informações pela navegação. Nós estamos no mundo digital e é questão de tempo termos uma base que permita a autenticação do código com o seu gene digital”, finaliza. (Beatriz Falcão - programa de estágio)