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Startups sorocabanas desenvolvem datacenter mais eficiente e barato

Tecnologia inovadora, a Micropod utiliza meio líquido para arquivamento de dados digitais

15 de Dezembro de 2023 às 23:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Eduardo Souza e André Santos, CEOs respectivamente da Going2 e OTG, startups instaladas no Parque Tecnológico de Sorocaba pioneiras na produção de sistema de resfriamento líquido de equipamentos de informática
Eduardo Souza e André Machado, CEOs respectivamente da Going2 e OTG, startups instaladas no Parque Tecnológico de Sorocaba pioneiras na produção de sistema de resfriamento líquido de equipamentos de informática (Crédito: DIVULGAÇÃO)

Instaladas recentemente no Parque Tecnológico de Sorocaba (PTS), as startups sorocabanas Going2 e OTG são responsáveis pela tecnologia de inovação dos chamados datacenters, que são locais físicos que armazenam máquinas de computação e seus equipamentos de hardware relacionados. De forma simples, datacenter é a instalação que armazena os dados digitais de qualquer empresa, ou seja, contém a infraestrutura de computação que os sistemas de TI exigem, como servidores, unidades de armazenamento de dados e equipamentos de rede.

Para inovar o conceito de datacenter, as duas startups sorocabanas -- que trabalham em parceria -- criaram um sistema de arquivamento de dados digitais que utiliza meio líquido: o chamado Micropod, isto é, uma inovação que redefine o conceito de datacenter.

Segundo o CEO da OTG, André Machado, Micropod é uma solução pronta para uso, encapsulada em uma estrutura modular e compacta, projetada para atender às demandas específicas de cada cliente. “Destacando-se pela sua baixa pegada energética, este datacenter compacto é capaz de atingir uma impressionante densidade computacional de até 7 kW em um espaço reduzido. Sua rápida implantação e flexibilidade garantem uma solução ágil e adaptável às necessidades dinâmicas do ambiente de TI”, destaca.

Santos explica ainda que, na prática, o Micropod funciona por meio de resfriamento por imersão, ou seja, mergulhando completamente os componentes eletrônicos em um tanque de líquido refrigerante. “Esse líquido absorve o calor gerado pelos dispositivos, proporcionando uma forma altamente eficiente de dissipação térmica. A transferência direta de calor para o líquido elimina a necessidade de sistemas de refrigeração convencionais, como unidades de ar-condicionado, resultando em uma solução mais eficaz e econômica”, aponta.

Ainda de acordo com o executivo, o Micropod oferece condições ideais para o hardware de TI, proporcionando um ambiente otimizado para o desempenho eficiente dos servidores. “Com capacidade para acomodar até seis servidores, este modelo representa um equilíbrio perfeito entre eficiência, desempenho e praticidade para as operações de datacenters modernos”, afirma Santos, acrescentando que as startups” disponibilizam uma variedade de modelos com capacidades de servidores ainda mais robustas, variando de 50 kW a 100 kW, adequadas para implementações em alta escala”. Por conta disso, “a OTG destaca-se como uma empresa pioneira, sendo a primeira no Brasil a deter essa tecnologia inovadora”.

Para vários setores

Segundo o CEO da Going2, Eduardo Souza, o sistema de arquivamento de dados digitais que utiliza meio líquido pode ser adotado por empresas de vários setores, especialmente aquelas que dependem de alta performance de processamento e setores que dependem intensamente de datacenters para processamento e armazenamento de dados, como empresas de tecnologia, provedores de serviços em nuvem, setores financeiros, de saúde, educação e agronegócio, entre outros.

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(crédito: DIVULGAÇÃO)

“São vários os benefícios do novo sistema, comparado às tecnologias de resfriamento não líquidas, incluindo: maior eficiência energética; menor consumo de energia devido à transferência direta de calor para o líquido; redução de espaço, permitindo maior densidade computacional e economizando espaço físico; sustentabilidade, possibilitando reúso de calor, zero desperdício de água e emissões reduzidas de carbono; custos operacionais reduzidos (menores custos de refrigeração e maior vida útil dos componentes eletrônicos), e design modular, que facilita a expansão e atualização dos data centers de forma mais eficiente”, destaca Souza.

No mundo

A tecnologia de resfriamento por imersão surgiu da necessidade de lidar com o aumento da densidade de calor nos data centers, especialmente com o desenvolvimento de processadores mais poderosos. A busca por soluções eficientes em termos energéticos levou ao desenvolvimento de métodos que utilizam líquidos como meio de resfriamento direto, eliminando os desafios associados aos métodos tradicionais.

O resfriamento por imersão já é adotado em vários países. Empresas de tecnologia e data centers nos Estados Unidos, Europa e Ásia têm implementado essa tecnologia para otimizar o desempenho, reduzir custos operacionais e atender aos requisitos de eficiência energética. (Da Redação)

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