Essa é uma experiência que promete ser um divisor de águas para muita gente. Seja um caso simples ou mais complexo, ninguém sai sem resposta ou direcionamento da Clínica de atendimento odontológico, no Apoio 4, na Cidade Universitária, da Universidade de Sorocaba (Uniso). O cirurgião dentista e professor universitário Paulo de Tarso tem orgulho de falar desse trabalho. Ele acompanha os alunos e sabe o quanto isso representa para os acadêmicos e para a comunidade. “Me orgulho de ver a população sendo atendida e também pelo aluno, que eu acompanho desde o 3º período; vejo se formando”, diz.

Faz muito sentido essa fala do professor. Cada caso, com suas particularidades, é o momento ideal de usar a teoria aprendida em sala de aula. “Para o aluno é um aprendizado enorme, ele tem contato com a realidade. É o que vai encontrar no consultório”, explica o docente.

Com a palavra, o aluno

Igor Anderson Ferreira Domingues, de 23 anos, está prestes a se formar. Ele ingressou em Odontologia em 2019. O jovem foi o primeiro colocado no vestibular e recebeu uma bolsa integral por mérito, durante todo o curso. Muito agradecido, ele explica que também participou de monitorias ao longo dos anos, para aproveitar ao máximo a experiência acadêmica. “A partir do 5º semestre começamos com os atendimentos clínicos, ou seja, temos um tempo ambulatorial longo, que nos ajuda a desenvolver uma sólida base teórica e prática”, explica.

Ambulatório de Dor Orofacial

Entre tantas especialidades, como Endodontia, Ortodontia, Odontopediatria, Implantodontia, está a Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial. É um dos poucos locais, dentro de uma faculdade, que possui esse tipo de atendimento no país. O curioso é que o problema é mais comum do que se imagina. A dificuldade em fechar corretamente a boca, os estalos e até mesmo dores de cabeça estão entre os sintomas. A vantagem é que, em caso de necessidade, o preço de equipamentos ou exames é o de custo, mas em 80% dos atendimentos, o serviço realizado é totalmente gratuito.

A cada semestre o número de pacientes varia. Pode girar em torno de 300 a 400 pessoas. Em alguns casos, a rotatividade é grande: são realizados até mesmo atendimentos para situações de dor, ou seja, urgência. O diferencial é que além do tratamento imediato, irá ocorrer um acompanhamento da situação. Os horários de atendimento mudam a cada semestre, por isso o agendamento é fundamental. Mas todos que entram em contato, recebem um retorno. “Tem a ver com a missão, visão e valores da Uniso, estamos interagindo com a comunidade, suprindo as necessidades e a comunidade supre essa necessidade na formação do nosso aluno”, explica.

Olho no olho

É assim, nem olhando de cima, nem de baixo. Essa é uma relação que tem como base a confiança e o respeito. O professor Paulo explica que tudo começa na sala de aula. “A gente enfatiza muito isso, o atendimento humanizado. Desde o relacionamento em sala de aula, o aluno é acolhido pelo professor, isso depois vai se repetir com o paciente”, comenta. O trabalho realizado nas Unidades Básicas de Saúde do município de Sorocaba e na Santa Casa também são importantes para aumentar a experiência dos futuros profissionais.

A supervisão é feita pelos professores, profissionais capacitados e especializados nas mais diversas áreas. Os casos atendidos servem para análise. São momentos de troca de experiências para conhecer as soluções que foram dadas e os resultados alcançados. Algumas histórias são marcantes e emocionam, como o recente caso de uma paciente atendida pelo Departamento Mental do município que fez questão de escrever uma carta contando a própria história e como o tratamento dentário foi decisivo para trazer alegria para a vida dela. Ou então o caso do homem que já tinha desistido de encontrar um tratamento e, após o atendimento recebido na Uniso, voltou para agradecer.

Mas qual a razão para tantos casos positivos? A atualização que tem como base os estudos científicos mais recentes. Isso faz a diferença, explica o dentista. Afinal, são tratamentos atualizados, com soluções possíveis.

Se interessou? Acompanhe a íntegra da entrevista concedida pelo professor universitário Paulo de Tarso no estúdio no Jornal Cruzeiro do Sul. Você também pode fazer contato pelo Whatsapp (15) 99742-4978 ou pelo telefone (15) 2101-7071 para ter mais informações sobre a triagem e atendimento da Clínica Odontológica da Uniso. (Denise Rocha)

Uma experiência para nunca mais esquecer

A pedagoga Denilian Rodrigues Fernandes dos Santos, de 33 anos, recomenda o serviço. “Muitas vezes os profissionais deixam de se atualizar, e, na Uniso, como são alunos, estão em constante estudos e atualizações”, explica ao contar detalhes da própria busca por tratamento.

“Desde a minha adolescência, comecei a sentir dores no maxilar, meus pais sempre me levavam ao dentista. Fui diagnosticada com bruxismo. Até então nunca tinha ouvido falar disso, e na época a solução era o uso da placa para dormir”, diz. Ela ainda comenta que passou a seguir a recomendação e usar a placa diariamente. Contudo, Denilian ainda conviveu com as dores por anos a fio.

Tudo mudou, quando por meio de um aluno da Uniso conheceu a Clínica Odontológica. “Confesso que fui já pensando que eles iriam falar para usar a placa, mas me surpreendi desde a primeira consulta. Pela primeira vez, passei primeiramente por uma anamnese com perguntas tão minuciosas e que de fato são importantes para se iniciar um tratamento”, comenta. Até então ela estava acostumada a ouvir logo no início que era para usar a ‘plaquinha’. “Na Uniso não, eles tiveram o cuidado de me conhecer primeiro, de tentar entender o que havia ‘por trás’ daquela dor”; foi sensacional o atendimento, eles são muito bem preparados e supervisionados pelo professor responsável”, reforça a pedagoga.

Após vários atendimentos para descobrir qual era a opção para o caso dela, veio o resultado. “O tratamento é simples, mas nunca, durante todos esses 20 e poucos anos sofrendo com dor, me passaram esse tratamento. Eu adorei fazer parte desse processo, de achar a solução para o meu problema”, comemora Denilian, que chega a comparar as tardes na clínica a sessões de terapia, por conta do cuidado e do atendimento recebidos. (Denise Rocha)